segunda-feira, 25 de julho de 2011

JOGANDO COM OS SONS: EXPERIÊNCIAS DA OFICINA NO PIBID-ARTE

JOGANDO COM OS SONS

Rafaella Fritz (UNICENTRO) Caliandra Rosa da Silva (UNICENTRO) Daiane Solange Stoeberl da Cunha (UNICENTRO), Janete Kosniski Montani (UNICENTRO) e-mail: rafafritz_10@hotmail.com

Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas Departamento de Arte Educação, Guarapuava - Paraná.

Palavras-chave: Arte-Educação, Educação Musical, Práticas Pedagógicas.

Resumo:
Este resumo apresenta a Oficina de Jogos Musicais/Teatrais desenvolvida pelo Subprojeto Pibid-Arte, realizada no Colégio Ana Vanda Bassara no primeiro semestre de 2011. Abordamos o planejamento, a metodologia, a fundamentação das propostas que tem como base utilização dos jogos e as características do som para a construção de cenas musicais.

Introdução

Neste resumo apresenta-se o desenvolvimento e análise da pesquisa realizada na oficina de jogos musicais/teatrais realizada no Colégio Estadual Ana Vanda Bassara Guarapuava/PR à um grupo de alunos de 5ª a 8ª série, como atividade extra-curricular, sendo que no próximo semestre será desenvolvida no Colégio Estadual Manoel Ribas como previa o subprojeto de Arte - PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – Capes/Cnpq.
Com base nos questionários aplicados em dezembro de 2010 para identificar os anseios e desejos dos alunos em relação à disciplina de Arte, e a necessidade do cumprimento da lei, parágrafo 6º do artigo 26 da LDB 9394/96, que institui a música como conteúdo obrigatório do componente curricular, elaboramos uma das quatro oficinas do projeto. Ambas as oficinas, relacionam as demais áreas da arte com a música, pois em análise dos resultados da pesquisa realizada em ambos os colégios, a música foi apontada como preferência e lacuna na aprendizagem da disciplina de arte.
A oficina foi organizada em 12 encontros semanais com duas horas de duração, tendo como base a utilização de jogos lúdicos. A oficina oferece a oportunidade aos alunos de exploração e ampliação de vivências sonoras e corporais, possibilitando a experimentação e a investigação do ambiente e do próprio corpo de acordo com suas possibilidades para produção de cenas musicais.
A oficina foi fundamentada nas propostas do livro “Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical“, de Teca Alencar de Brito, no qual são relatadas experiências educacionais de uma oficina, além de modelos de improvisação, reflexões de questões essenciais à pedagogia musical que nortearam Koellreutter como educador. Na sua metodologia a criação tem grande importância e a improvisação é uma ferramenta fundamental para a aprendizagem, o permite a vivência e conscientização de questões importantes de tolerância, respeito, capacidade de compartilhar, criar, refletir etc.
Partindo também do livro “Improvisação para o teatro” de Viola Spolin nos focamos no capitulo 1 onde são apresentados alguns aspectos da espontaneidade, sendo um deles o jogo, no qual se desenvolve a liberdade pessoal necessária para a própria atividade:

As habilidades são desenvolvidas no próprio momento em que a pessoa esta jogando, divertindo-se ao máximo e recebendo toda a estimulação que o jogo tem para oferecer - é neste exato momento em que ela esta verdadeiramente aberta para recebê-las. (SPOLIN, 2005, p.4)
Metodologia:

A oficina que teve início no mês de maio e terminou em julho, proporcionou aos acadêmicos bolsistas nesses dois meses a oportunidade de vivenciar a prática docente efetivamente. O primeiro passo foi o planejamento e a elaboração das aulas, depois a organização do material que seria utilizado em cada aula, pensando sempre na otimização do tempo para a execução de cada atividade. Posteriormente a efetivação do planejamento foi registrada em relatos diários, coleta de imagens e vídeos, os quais foram analisados a fim de realizar um novo planejamento que busque a ampliação o conhecimento dos alunos e acadêmicos.
A relação aluno-professor estabelecida foi importante para o desenvolvimento da oficina. Aos alunos da oficina foi possível propor um contato maior com os elementos do som, momentos de criação, investigação sonora e corporal, instigando a sensibilidade, a percepção sensorial por meio dos jogos teatrais.
Todas as atividades propostas foram de caráter teórico-prático, partindo de conhecimentos prévios que os alunos têm sobre som, ruído, silêncio e noções sobre os elementos constituintes do som, passando também pelo conceito de “Paisagem sonora” através do reconhecimento de espaços e lugares. Todas essas atividades foram construídas passando pela execução dos jogos de improviso, resultando na constituição de ideias, cenas e personagens trabalhados individualmente e em grupo para atingir os objetivos propostos.
Durante o processo da oficina sempre nos utilizamos do cotidiano do aluno, trazendo questões do seu dia-a-dia. Todas as práticas eram desenvolvidas por todos, não levamos respostas prontas, já que todo professor deve se permitir ensinar diferente, fazendo de uma classe um lugar de aprendizagem, de experiências e descobertas. Um local totalmente criativo, onde não haja respostas pré-estabelecidas, onde todos solucionem os problemas. Onde o professor lance questões iniciais e depois torne-se um aluno como os demais da turma (SCHAFER, 1991).
É importante entender que os jogos propostos não devem ser vistos como fórmulas fechadas a serem seguidas na íntegra, mas sim como ponto de partida para as práticas, proporcionando um fazer musical consciente, crítico, analítico e criativo, adequando-os à realidade de trabalho, as necessidades e interesses dos alunos e incorporando-os às demais atividades do processo de educação musical.

Resultados e Discussão

Em nosso primeiro dia de oficina trabalhamos com os alunos questões referentes ao som, ruído e silêncio, com a finalidade de sondar seus conhecimentos. Experimentamos sons, ruídos e silêncio, assistimos alguns vídeos do Stomp, Barbatuques e Uakti. Nesse momento sentimos a necessidade de orientar os alunos a respeito de aspectos a serem observados nos vídeos, como os materiais utilizados e a forma de execução. Feito isso exploramos sons de objetos que haviam na sala de aula, separando-os em sopro, percussão, fricção, raspagem.
Após explorar diversos sons, cada aluno investigou e selecionou sons para mostrar pra toda turma. Fomos regendo o grupo e compusemos algumas sequências sonoras. A partir da composição, passamos para o registro sonoro, para o qual cada aluno escolheu um som criando um símbolo visual, que representasse as características sonoras. Esse símbolo visual foi usado para criar partituras alternativas, primeiramente individuais e em seguida em pequenos grupos. Cada grupo ensaiou sua partitura apresentando-a posteriormente. Essas práticas são analisadas por Brito (2001, p.92):

A necessidade de organizar signos geradores de formas, de pesquisar e experimentar materiais sonoros, a vivência do silêncio e das características do som, da relação entre a duração da improvisação e o interesse provocado no ouvinte, do contraste entre elementos de redundância e de informação, de um novo conceito de tempo, dentre outros aspectos, podem ser trabalhados por meio da improvisação em contextos que devem valorizar também a reflexão do fazer.

Para trabalhar as características do som - timbre, altura, duração, intensidade - criamos alguns jogos capazes de relacionar o sonoro e o corporal ao mesmo tempo, possibilitando a compreensão das questões relacionadas as características do som, percebidas também corporalmente pelos alunos. Esses experimentaram momentos de improvisação, a partir de uma característica do som, por exemplo a intensidade, que mostrada através de emoções eram criadas cenas com características particulares, envolvendo questões relacionadas ao dia-a-dia. Segundo Koellreutter é importante perceber que por meio do trabalho de improvisação abre-se espaço para dialogar e debater com os alunos e assim introduzir conteúdos adequados (BRITO, 2001).
As propostas não foram abandonadas posteriormente, mas reutilizadas para criação de cenas musicais, com o uso do próprio corpo, com instrumentos convencionais e alternativos. Durante as propostas seguintes o nosso foco foi a paisagem sonora, escutamos alguns sons característicos de determinados locais, lembramos dos sons da nossa casa, da escola, do trânsito, da floresta, etc. Gravamos sons de um local escolhido e depois tentamos reproduzi-los individualmente e em duplas.

Conclusões
Vimos que no processo da educação musical torna-se importante a inserção do corpo como instrumento de aprendizagem. Nosso corpo pulsa, move-se, com movimentos voluntários e involuntários, vive ritual e cria reflexos, pausa e muda constantemente. A musicalidade está inserida no nosso corpo naturalmente, apenas sugerimos a atenção a isso. Os alunos criaram esse autoconhecimento através dos jogos, e observaram o som, os ritmos, as qualidades sonoras e as organizações musicais por meio dos jogos.
Verificamos por meio da análise da oficina que o jogo possibilita o sujeito superar limites acerca da timidez, da dificuldade de oratória, da necessidade interpretativa e do senso critico, interagindo com o outro.
As oficinas foram experiências processuais, onde cada sujeito teve a possibilidade de inserir-se dentro de seu limite corporal e a interação com o grupo. Pudemos observar que na medida em que trabalhamos com os jogos, os alunos agiram criativamente, permanecendo mais disponíveis e envolvidos com as propostas.
Em suma nossa experiência como professores nas oficinas foram de grande valia, acreditamos que o processo resulta em maior qualidade quando levamos em consideração as limitações dos nossos alunos, e ainda, atrelando seus conhecimentos aos novos vivenciados na oficina.

Referências

BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educacao musical. Sao Paulo: Peiropolis, 2001.

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. Sao Paulo: Ed. da Unesp, 1991.

SPOLIN, Viola. Improvisacao para o teatro. 4.ed. Sao Paulo: Perspectiva, 2005.

SIEPE - HIP HOP: O RAP INVADE A CENA

Evelisa de Moraes Dulz, Cynthia A. Rosolen, Evelyn Forquim Buco (PIBID/CNPq-UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (Orientador), e-mail: evelisadulz@hotmail.com

Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas, Departamento de Arte-Educação, Guarapuava / Paraná.

Palavras-chave: Arte-Educação, Educação Musical, Práticas Pedagógicas.

Resumo:

No presente trabalho buscamos apresentar, de forma sucinta, aspectos referentes à oficina desenvolvida no Colégio Estadual Manoel Ribas em Guarapuava/PR, por acadêmicos do curso de Arte-Educação, bolsistas PIBID-Arte, sobre as características que norteiam o movimento Hip Hop, principalmente as que compõem o Rap, com o objetivo de proporcionar uma ampliação de repertório cultural e artístico para os participantes da oficina.

Introdução

As oficinas ministradas fazem parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência, PIBID, no sub-projeto Arte, sob a coordenação da Professora Ms. Daiane S. S. da Cunha. O PIBID é um programa que objetiva incentivar a formação do trabalho docente, procurando despertar nos acadêmicos envolvidos o prazer pelo ensino da arte nas escolas, contribuindo para a formação tanto do coletivo quanto do indivíduo.

O enfoque na educação musical para os envolvidos no projeto visa proporcionar um contato inicial com a cultura Hip Hop e suas ramificações, sendo estas: Rap, Break, Grafitti e Dj. Essa abordagem está sendo utilizada desde o princípio dessa oficina, que vem sendo ofertada aos alunos da rede pública do Colégio Estadual Manoel Ribas. No cronograma para o primeiro semestre letivo de 2011, com carga horária total de 24 horas, com o principio de buscar a integração entre educação básica e ensino superior, bem como a qualificação de ambos os níveis de ensino.

Compreendemos que o ambiente escolar é um espaço de convivências e de diferentes sujeitos, abrangendo visões de professores e alunos advindos de realidades distintas. Ampliar a problemática das relações entre escola e sociedade é inerente a todo processo educativo, pois não há educação sem que esta, esteja imersa na cultura humana situada dentro de um tempo e espaço restrito. A reflexão sobre esta temática se estende ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Como analisam MOREIRA e CANDAU:

Não se pode conceber uma experiência pedagógica ‘desculturizada’, em que a referência cultural não esteja presente. A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. [..] O que está em questão, portanto, é a visão monocultural da educação. Os “outros”, os “diferentes” – os de origem popular, os afrodescendentes, os pertencentes aos povos originários, os rappers, os funkeiros etc. –, mesmo quando fracassam e são excluídos, ao penetrarem no universo escolar desestabilizam sua lógica e instalam outra realidade sociocultural. (2010, p. 159)

A partir disso, entende-se como importante a abordagem de uma oficina de Rap, na qual o ensino da música será tratado de diferentes formas, partindo de uma cultura urbana, da música criada nas periferias. Jovens se identificam pela rima exaltada, através de seus ritmos pesados e marcantes, ou seja, podemos classificá-lo como uma música baseada em um andamento fixo com métrica de compasso ritmada e letras que são muitas vezes intimadoras.

Um dos focos dessa oficina é a produção de alguns Rap’s, nos quais os participantes tenham liberdade de composição nas letras e músicas, estimulando, incentivando e desenvolvendo a capacidade de criar diversas relações dos participantes e oficineiros, bem como as relações existentes entre o meio onde vivem. Assim, notamos que por meio da composição dessas músicas, os jovens podem expor suas vivências ou convicções, podendo até desencadear diversas críticas ou reconhecimento ao meio social em que são inseridos.

Mesmo tendo como elemento principal o Rap, não deixamos de falar e situar os participantes ao movimento Hip Hop, com isso os alunos são instigados a refletir sobre as diferenças e formas de preconceitos vivenciados nesse contexto. Partindo da música, que é um elemento universal, procuramos abranger questões individuais e coletivas, sem nos prender a visões tradicionais e sim humanas dentro do objetivo proposto.

Podemos avaliar a oficina e o conteúdo ministrado, de forma que ao mesmo tempo em que se atende às expectativas dos alunos, atende-se ao anseio das acadêmicas em ministrar oficinas de música dentro do próprio projeto, embasando-se no conteúdo na cultura Hip Hop, dando ênfase ao elemento Rap.

Metodologia

Para definirmos o conteúdo das oficinas realizamos uma pesquisa quantitativa com os alunos do Colégio Estadual Manoel Ribas, onde foi colocado a área da arte que estes têm maior e menor afinidade, maior ou menor vontade de aprender em contra-turno na escola. Com base nos resultados percebemos que grande parte dos alunos opta pela área da música, alegando ser a área em que menos tem contato escolar, a que mais gostam e querem aprender.

As aulas realizadas durante as oficinas, proporcionaram como resultado uma pesquisa participante, pois instigávamos a compreensão, incentivando a criticidade de cada oficineiro. Por meio de vídeos, fotografias e músicas desenvolvemos nossas propostas, contextualizando a história da cultura buscando reportagens dentro de recortes de jornais e matérias da nossa própria cidade para incentivo da composição de letras e poemas ritmados, oriundos da realidade social que estamos inserios.

Resultados e Discussão

O Rap é uma música que nasceu da rua e para a rua. Suas temáticas estão intimamente ligadas às situações sociais contemporâneas. O Rap fala do momento atual, relatando, criticando e propondo soluções para questões reais da sociedade. Talvez por isso esse gênero musical seja um dos mais consumidos pela juventude, principalmente as da periferia dos grandes centros, que na sua maioria é composta por negros. Os rapper’s se tornam o porta-voz da periferia, atribuem a si próprios o papel de transmitirem carências, denúncias, necessidades, revoltas e informações. (SOUZA, FIALHO E ARALDI, 2008)

Em nossa oficina, temos notado, alunos consumidores de algumas letras de Rap’s e/ou grupos de Rap’s, no entanto algo que eles compreendem quando a proposta é compor uma letra de Rap é que deve ser falando da violência, retratando a história de “um alguém” que sofre e/ou mata e rouba e etc. Como acima foi citado o Rap fala do momento atual, relata, critica e propõe soluções para questões reais da sociedade. Esse foi o nosso desafio na oficina, fazer com que os alunos compreendessem que uma composição pode partir de experiências particulares, experiências vividas em família, com amigos, no próprio bairro e cidade.

O Rap tem invadido a cena do cotidiano de cada participante, isso se mostra pelas composições que têm feito no decorrer da oficina, composições que serão gravadas ao término das nossas atividades, desse modo, estaremos valorizando o potencial e a vivência de cada um como seres únicos e individuais. Pode-se citar um trecho da primeira letra feita no coletivo pelos participantes, letra que caracterizou o tema dado à oficina para estes: “Certo dia, acordei pensando na poluição / E quando estava andando / Jogaram o papel pela janela do busão / Temos que ser um mundo diferente / Para alcançar pensamentos conscientes.

Conclusões

Os resultados da oficina são vários e de grande valia, para os alunos, percebemos que além de ampliar seus conhecimentos teóricos trabalhados em aulas de arte, português e, até história, adquire-se uma linha de respeito ao próximo e ao meio em que vivem. A disciplina sempre foi instigada nos encontros, levantando aspectos sobre a importância de maneiras de agir individualmente, pensando sempre no coletivo.

Durante as oficinas os participantes tiveram contato com as características do som, são eles: duração, altura, timbre e intensidade. Essas características foram sendo apresentadas à medida que apreciávamos composições de Rap’s, bem como nas práticas propostas aos participantes. Buscou-se estimular em cada participante o desejo em se mostrar como ser ativo nas propostas de composição, trabalhou-se na estrutura poética, além da estrutura musical, exercitando a capacidade de unir a poesia ao ritmo, originando então, composições de Rap (Rhythm and Poetry).

Apesar do foco das oficinas estar em maior parte no elemento Rap, procurou-se trabalhar o movimento Hip Hop em sua totalidade, apresentando aos participantes todos os elementos, vivenciando cada um deles – break, grafitti e Dj.

Referências

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Maio/Jun/Jul/Ago 2003 Nº 23.

SOUZA, Jusamara. Vozes da periferia. Revista Movimentos Socioculturais, Especial, O olhar do adolescente, Ediouro, Nº. 4, p. 83, 2007.

SOUZA, Jusamara; FIALHO, Vânia Malagutti; ARALDI, Juciane. Hip Hop: da rua para a escola. 3° edição – Porto Alegre: Sulina, 2008. (Coleção Músicas)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

FAZENDO MÚSICA COM TUDO: UM ESPAÇO PARA APRENDIZAGENS

FAZENDO MÚSICA COM TUDO: UM ESPAÇO PARA APRENDIZAGENS

(texto aprovado na SIEPE)

Maurício Strapação (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Janete Kosniski Montani (PIBID - Colégio Estadual Ana Vanda Bassara), Marinês Carneiro Rocha (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Vinícius Stein (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (UNICENTRO - Orientadora), e-mail: daí_flc@yahoo.com.br

Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Arte-Educação, Guarapuava, Paraná.

Palavras-chave: Arte, Ensino, Interdisciplinaridade, Práticas pedagógicas.

Resumo: Apresentamos o planejamento e resultados da oficina Fazendo música com tudo, ofertada aos alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara, por acadêmicos de Arte-Educação bolsistas do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. A oficina foi elaborada com o objetivo de proporcionar a ampliação e trocas de repertório cultural e artístico entre participantes da oficina, através do contato com diferentes formas do fazer musical.

Introdução

O PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, foi criado com a finalidade de aprimorar a formação de acadêmicos em licenciatura e possibilitar sua participação no cotidiano escolar, criando ainda na graduação o vínculo com o exercício da docência. O PIBID/Arte, além de atender aos objetivos do programa institucional, tem objetivos específicos referentes à formação do Arte-Educador. Dentre eles, destacamos nesse texto, a ação extensionista oferecida aos alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara através da oficina Fazendo música com tudo.

A oficina teve como ponto de partida a pesquisa diagnóstica aplicada por meio de um questionário respondido por alunos do Colégio citado, em dezembro de 2010, que buscou conhecer seus anseios, gostos e carências em relação aos conteúdos da arte em suas manifestações: artes visuais, música, teatro e dança.

Pela análise dos questionários percebemos que a preferência dos alunos estava voltada para a área da música, não só pela afinidade que demonstraram, mas por ser, segundo os dados, a área que têm menos contato dentro da escola.

Partir do que os alunos desejam foi um desafio que exigiu cuidados. O processo iniciou na investigação do conhecimento prévio dos alunos em música, levando em consideração a preferência por estilos e habilidades musicais.

Segundo FREIRE (2007, p. 29), “[...] pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estimulo à capacidade criadora do educando [...]”

Percebemos que as expectativas dos alunos em relação à oficina era principalmente na aprendizagem instrumental, o que nos deu abertura para iniciarmos expondo a diferença entre os instrumentos de corda, sopro, eletrônicos, percussão e alternativos e, posteriormente investigarmos melhor os dois últimos.

Buscamos estabelecer um ambiente de trocas entendendo a diversidade da música em nosso cotidiano. Nesse sentido a pesquisa é de suma importância tanto para a aprendizagem dos alunos quanto para nós enquanto professores em formação. O relato de uma integrante do grupo ilustra a situação: “Precisei pesquisar tudo o que teria de ensinar a eles, pois para mim fazer música com instrumentos convencionais já não é muito fácil, dirá então com sucatas.” (Marinês. Integrante do grupo). A inspiração para realizar essa tarefa vem de FREIRE (2007, p. 31).

Não há para mim, na diferença e na “distância” entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação.

Material e Métodos

O desenvolvimento desta ação caracteriza-se como pesquisa, ensino e extensão, pois atuamos na educação básica estendendo a ação do ensino superior, refletindo e analisando cada etapa, a fim de qualificar nossa formação docente. Para tanto, o com enfoque qualitativo e a inserção na escola caracteriza a pesquisa como participante.

Primeiramente, através de pesquisa bibliográfica levantamos apontamentos relativos à correntes pedagógicas e temáticas a serem desenvolvidas. Após estruturarmos os planos de ensino e em seguida, aplicamos a um grupo de alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara.

Resultados e Discussão

No desenvolvimento da pesquisa optamos em organizar uma oficina através de um projeto de trabalho. Pensar projetos de trabalho, de acordo com Martins (1998), proporciona ao grupo a aprendizagem e o conhecimento através de situações nas quais escolher, propor, opinar, discutir, decidir e avaliar são habilidades desenvolvidas no decorrer do processo e transformadas pelos alunos e professor. Ainda segundo a autora, essa forma de trabalho carrega uma intencionalidade que precisa ser continuamente avaliada e replanejada, “[...] que envolve a investigação do professor, atento ao seu grupo e ao conteúdo que quer ensinar”. (MARTINS, 1998, p.159).

Neste sentido, organizamos as linhas que orientariam o projeto em três blocos/módulos que proporcionassem aos oficinandos o contato com diferentes formas do fazer musical.

O primeiro bloco, “Fazendo música com instrumentos”, coordenado pelo bolsista Maurício Strapação, foi elaborado tendo como referência o Sistema Orff/Wuytack, que tem como propósito apresentar a música aos educandos através de três formas de expressão: verbal, musical e corporal. Para tanto, utilizamos instrumentos convencionais de altura definida – xilofones, metalofones, violão – e de altura indefinida – cocos, xequerês, pandeiro, bongô –. O sistema de notação tradicional foi apresentado aos alunos e serviu como referência para o encaminhamento das aulas.

Os alunos responderam bem as propostas dirigidas. Percebemos que iniciar com esse encaminhamento despertou o interesse dos oficinandos pela novidade que o contato com os instrumentos proporcionou. Durante três encontros, de duas horas cada, os alunos conheceram e experimentaram os instrumentos, executando canções, tendo como referência as partituras tradicionais e prática musical em conjunto.

No segundo bloco, “Fazendo música com sucata”, coordenado pela pibidiana Marines Carneiro Rocha, o foco foi a construção e produção de música com instrumentos não convencionais produzidos com sucata. A partir das produções dos grupos Stomp, Uakti e Patubatê, mostramos que tonéis de ferro, baldes de plástico, escapamentos de automóveis, chapas de zinco, podem ser usados na construção de instrumentos com sonoridades tão interessantes quanto os industrializados.

Nessa etapa percebemos que os alunos relacionavam seus conhecimentos com os já adquiridos bloco anterior. A cada novo conteúdo apresentado relatavam semelhanças entre instrumentos anteriormente utilizados.

Com chapinhas de alumínio os alunos construíram rocalhos. Com tamboretes de água, barricas papelão, canos de PVC, ganzás feitos com copos de iogurte, montamos uma pequena escola de samba.

Além do samba outro ritmo explorado foi o baião, tocado com cabos de vassoura, colheres, tamboretes de água e barricas de papelão.

Vinícius Stein, coordenador do último bloco, “Fazendo música com o ambiente” mostrou a possibilidade de compor mesmo sem instrumentos, tendo como referência os sons do espaço, como carteiras, janelas, cortinas, porta, lousa, etc. Nesse bloco a escuta foi o fundamental, segundo Granja (2002, p. 67) “[...] vivemos num mundo de muita música e pouca escuta.” Justificando assim o encaminhamento que foi dado. Os alunos compreenderam a possibilidade de fazer música com os sons que estão presentes no cotidiano.

Durante o desenvolvimento do trabalho, entendemos a oficina enquanto espaço de aprendizagens percebendo o valor das trocas de conhecimento. O contato com alunos nos ajudou a (re)pensar nossa postura enquanto docentes em formação em relação às escolhas metodológicas e conceituais.

Conclusões

De acordo com Chaves (2003) o aluno de graduação vive a um só tempo uma experiência de ensino, como processo de formação profissional, de pesquisa, como investigação sobre a prática docente, e de extensão à medida que está intervindo sobre uma situação social concreta.

Segundo Freire (2007, p.29), “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se encontram um no corpo do outro.” Desta forma entendemos que todo professor deve ser pesquisador, pois sem pesquisa, planejamento e replanejamento das ações, não é possível manter a qualidade do ensino e aprendizagem.

Neste aspecto, as ações desenvolvidas pelo PIBID/Arte envolvem o fazer docente em arte em seus aspectos teórico e metodológico. Tanto a inserção dos acadêmicos no ambiente escolar, quanto a investigação sobre o ensino de arte dentro da escola, permite a reflexão crítica sobre a prática docente dentro e fora da sala de aula, o repensar sobre os ranços educacionais, a análise da ação discente, a experimentação de metodologias, etc. Desta maneira, é possível pensar em uma formação para a práxis educacional.

Referências

CHAVES, S. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: uma experiência na formação, s/l, anais da ANPED, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra. São Paulo. 2007.

GRANJA, Carlos Eduardo de Souza Campos. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação. São Paulo: Escritura Editora, 2006.

MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Terezinha Telles M. Didática do ensino de arte: a língua do mundo, poetizar e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998

WUYTACK, J. PALHEIROS, G. B. Audição Musical Ativa, Livro do Professor. Associação Wuytack de Pedagogia Musical. Porto: 1995

segunda-feira, 11 de julho de 2011

UMA PROPOSTA DE ENSINO DE ARTE/TECNOLOGIA

UMA PROPOSTA DE ENSINO DE ARTE/TECNOLOGIA

Graciana Iribarrem dos Santos (PIBID-Arte- CNPq-UNICENTRO), Kelly Furlanetto Soares(PIBID-Arte- CNPq-UNICENTRO), Luciana de Fátima Corrêa dos Santos(PIBID-Arte- CNPq-UNICENTRO), Evelyn Forquim Buco Gandra, (PIBID-Arte- CNPq-UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (orientadora), e-mail: dai_flc@yahoo.com.br
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas Letras e Artes, Departamento de Arte-Educação, Guarapuava-PR.

Palavras-chave: Arte- Educação, Dança, Música, Práticas Pedagógicas.

Resumo:

A oficina intitulada “Dos fios de cabelo à ponta dos pés” está sendo desenvolvida no Colégio Manoel Ribas no primeiro semestre de 2011, como ação do subprojeto Arte do PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, vinculado ao Capes/Cnpq desenvolvido por docentes e acadêmicos do curso de Arte-Educação da Unicentro. O projeto proporciona aos aprendizes experimentações de novas formas de arte por meio da tecnologia, uso de softwares de edição de áudio e vídeo, em vivências visuais, corporais e sonoras.

Introdução

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID atua como política pública educacional, vinculado ao CNPq que propõe o aprimoramento da formação de acadêmicos em licenciatura. O subprojeto de Arte-Educação tem como parceiro o Colégio Estadual Ana Vanda Bassara e o Colégio Estadual Manoel Ribas nos quais o projeto se desenvolve.
O PIBID Arte vem contribuindo no processo de valorização e qualificação do ensino de Arte na educação básica e ainda, na efetivação do ensino de música nas escolas, obrigatório nesta disciplina de acordo com a lei nº 11.769, que acrescentou o parágrafo 2°. no Artigo 26 na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (BRASIL, 2011).
Nesta temática muitos aspectos podem ser discutidos, entretanto dois deles nos chamam mais a atenção o desafio eminente na utilização das novas tecnologias, e a obrigatoriedade e qualidade do ensino musical. Devido a carência de profissionais qualificados para este ensino e também pelo interesse demonstrado pelos alunos, apontados nas respostas à um questionário prévio aplicado nos colégios em que o projeto é desenvolvido, os quais apontaram que a música é a área da arte de maior interesse, esta oficina tem como um dos seus objetivos apresentar propostas de aulas de música a fim de minimizar as dificuldades docentes ao lecionar seus conteúdos na escola, tendo como cerne da sua metodologia a abordagem da arte/tecnologia com práticas contemporâneas.
Assim, o objetivo deste resumo é apresentar uma prática significativa para uma melhor formação dos autores envolvidos neste processo, desde os alunos da educação básica, os acadêmicos, os supervisores -professores da educação básica- até os docentes do ensino superior, evidenciando assim perspectivas viáveis de melhoria da educação em Arte, e que, sobretudo, tem se notado nas diversas intervenções do projeto.
As ações desenvolvidas pelo PIBID-Arte envolvem o fazer docente em seus aspectos teórico e metodológico. Tanto a inserção dos acadêmicos no ambiente escolar, quanto à investigação sobre o ensino de arte dentro da escola permitem a reflexão crítica sobre a prática docente dentro e fora da sala de aula.

Metodologia

A oficina ocorre em três módulos, o primeiro tratou especificamente da música, sensibilização, conteúdos, recursos, manipulação e composição através de softwares. Trabalhamos com o conceito e a composição musical de paisagem sonora, por meio da sonoridade dos ambientes do cotidiano dos educandos, e ainda, partituras gráficas, técnica vocal, percussão corporal, objetos sonoros, instrumentos e materiais alternativos.
O segundo módulo tratou da dança, sensibilização e investigação corporal e a produção de vídeo-dança. Esse processo iniciou com conscientização corporal, apropriação e transformação de movimentos do cotidiano. Após ocorreu a produção de um vídeo-dança com a utilização de software de manipulação de vídeo, com o qual se manipulou imagens das investigações que se deram a partir de exercícios e técnicas de dança contemporânea primando por uma poética pessoal dos alunos.
O terceiro módulo que está em andamento, se detém na integração e dissociação dos aspectos sonoros e corporais.

Resultados e Discussão

No primeiro encontro tivemos nove participantes, fizemos provocações sobre composição e gosto musical. Quando questionados sobre o silêncio, uma das alunas respondeu que silêncio absoluto não existe. Para confirmar tal afirmação propomos aos alunos que tentassem ficar em silêncio total. Entretanto durante essa tentativa continuamos ouvindo sons produzidos naturalmente pelo corpo. Segundo Gandra, práticas como essa contribuem para a ampliação do universo sonoro do indivíduo.“Percebe-se que a educação musical tem como um dos seus objetivos a sensibilização, considerando os interesses e iniciativas do educando a partir da ampliação do universo sonoro, da expressão e experimentação musical através de sua vivência”. (GANDRA, 2008, p.15).
Após introduzimos o conceito de “paisagem sonora” e fizemos práticas de escuta do ambiente escolar. Como tarefa solicitou-se que os alunos se reunissem em grupos ou duplas e gravassem sons de uma paisagem sonora escolhida pelos integrantes para a próxima aula. Porém nenhum dos grupos executou a tarefa, apenas um aluno trouxe três sons que gravou na cozinha de casa. Acreditamos que poderíamos ter dado mais exemplos, levando gravações de paisagens sonoras, destacando alguns sons, ou ainda poderíamos ir com eles a um local e lá fazer uma experiência de captação de sons. Talvez essas alternativas teriam sanado o problema do desenvolvimento da aula seguinte.
No encontro posterior improvisamos performances musicais, onde cada participante foi um instrumento musical como: violão, pandeiro, bateria, fuzileiro, e outros. Fizemos algumas composições instantâneas, onde cada instrumentista, tinha autonomia para decidir a sua hora de “entrada” e “saída” bem como, as suas pausas e variações das qualidades do seu próprio som. O resultado foi muito satisfatório.
Durante a aula de técnica vocal, explanamos sobre os cuidados com o aparelho fonador, exibimos vídeos das diferentes formas de compor música com o uso da voz, após fizemos experimentações e composições usando essa forma de expressão. Uma das alunas havia levado o violão e tocou algumas músicas para a turma, os demais presentes dançaram e cantaram.
Quanto ao conteúdo de percussão corporal, também ocorreu exibição de vídeos e após gravação de sons produzidos com o corpo e objetos sonoros. Utilizamos registros e partituras feitas anteriormente pelos alunos para compor uma partitura gráfica mista usando todos os elementos sonoros trabalhados desde a primeira aula, um dos alunos criou sua partitura no quadro e a professora registrou a mesma no papel. Foi feita a captação da execução da partitura, e somando com demais registros musicais o aluno manipulou todos os sons arquivados ao longo do processo para compor uma música no software Audacity®.
Essa etapa ocorreu devido às nossas inquietações da inclusão das novas tecnologias no trabalho artístico, que tem sido uma grande dificuldade dos professores não só na disciplina de arte como nas demais áreas do conhecimento. Estamos em constante fase de desenvolvimento, e devemos acompanhar as novidades para situar nossos alunos quanto às novas formas de arte.

[...] a revolução tecnológica da comunicação e da informação afetou diretamente não só os modos de reprodução musical, mas também a própria produção musical [...] A experiência musical não é mais a mesma dos séculos anteriores. Assim, é bastante pertinente o desenvolvimento de projetos que explorem os recursos tecnológicos para a produção e apreciação musical (programas de estúdio que possibilitem a combinação de diversos sons para compor músicas.” (GRANJA, 2006, p.113.)

O módulo de dança iniciou com percepção e sensibilização corporal. Trabalhamos os fatores de movimento, variando os mesmos, fizemos investigações de movimentos do cotidiano e sensações provocadas por eles para composição coreográfica. Ocorreram questionamentos sobre o conceito de dança, suas variações, suas especificidades e sua relação com a música. Durante as práticas cada participante propôs uma sequência de movimentos, sendo que algumas foram executadas pelos colegas. Chegado o término das experimentações contamos apenas com uma aluna, que a partir de uma poética pessoal compôs células de movimento integrando todas as práticas corporais realizadas ao longo desse módulo. Esse processo estimula o desenvolvimento das habilidades corporais dos alunos para que possam compor a partir de seus saberes corporais.

As crianças precisam desenvolver as habilidades e conhecimentos necessários para criar, modelar e estruturar movimentos em forma de dança expressiva [...] muitas vezes, usa os movimentos espontaneamente, variando seus gestos e dinâmicas para expressar seus sentimentos e idéias. [...] Com suas habilidades e conhecimentos desenvolvidos, elas poderão ser capazes de criar danças mais complexas, as quais terão uma estrutura clara, incluindo aspectos interessantes de composição, tal como desenvolvimento de tema e repetição.(FREIRE, 2001, p.5)

Nos últimos encontros ocorreu a manipulação dos registros captados ao longo do processo para a criação de um vídeo-dança, utilizamos o software Movie Maker® para esta composição.
Grande parte das dificuldades encontradas durante o desenvolvimento da oficina se deve às questões que envolvem a dinâmica escolar, horário da oficina, restrição da utilização de equipamentos e dos espaços. Destacamos que, ações de contra turno escolar exigem um hábito dos estudantes para tal freqüência e ainda, há a necessidade de efetivar práticas que envolvam maior número de alunos, possibilidade esta, a ser realizada no segundo semestre, em nova oferta da oficina durante as aulas da disciplina de Arte.

Conclusões

As práticas realizadas pelos bolsistas do PIBID-Arte têm alcançado os objetivos do programa, principalmente no que se refere à qualificação da formação docente e das práticas pedagógicas na educação básica e no ensino superior. Observamos que tanto as ações que obtiveram resultados positivos, quanto às dificuldades enfrentadas pelos agentes do projeto, promoveram a aprendizagem. Assim, a evasão dos participantes da oficina devido ao horário e ao clima desfavorável, um dos problemas enfrentados no desenvolvimento da oficina, proporcionou reflexão e enfrentamento diante das possíveis dificuldades que futuramente serão submetidos os arte-educadores no fazer docente apesar de todos os desafios enfrentados procuramos seguir o planejamento e realizar todas as atividades propostas adaptando quando necessário, buscando alternativas, flexibilizando as ações e nos momentos de discussão sobre o andamento da oficina com o restante dos bolsistas, realizamos análise crítica sobre o ambiente escolar.
As pesquisas e práticas nesse campo são incipientes e apesar dos aspectos negativos é possível perceber que as maiores contribuições dessa experiência docente foram o planejamento e a auto avaliação do processo de desenvolvimento da proposta, pois após a verificação e análise dos problemas enfrentados ocorreu nosso amadurecimento profissional. Assim poderemos reformular o projeto a fim de aplicá-lo em outro momento, local e participantes.

Referências

GANDRA, Evelyn Forquim Buco. Sensibilização Sonora: Uma Prática da Arte- Educação, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, 2008.
GRANJA, Carlos Eduardo de Souza Campos. Musicalizando a Escola: Música, Conhecimento e Educação. São Paulo:Escrituras Editora, 2006.
FREIRE,Ida Mara. Dança educação: O Corpo e o Movimento no Espaço do Conhecimento, Cadernos Cedes, ano XXI, n. 53, abril/2001.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.