domingo, 11 de março de 2012

OFICINA PIBID-ARTE / uma proposta de Arte e Tecnologia / DOS FIOS DE CABELO À PONTA DOS PÉS



DOS FIOS DE CABELO À PONTA DOS PÉS
Kelly Furlanetto Soares(PIBID-Arte- CNPq-UNICENTRO), Professora Ms. Daiane Solange Stoeberl da Cunha (orientadora), e-mail: dai_flc@yahoo.com.br

A oficina intituladaDos fios de cabelo a ponta dos pés” foi aplicada no colégio Manoel Ribas com carga horário de vinte e quatro horas/aula, no periodo de maio a julho de 2011, em contra turno para alunos de quinta a oitava série e no Colégio Ana Vanda para uma turma do ensino médio durante as aulas de Arte também com carga horário de vinte e quatro horas/aula, no periodo de agosto a novembro de 2011. A oficina foi desenvolvida como ação do subprojeto Arte do PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, vinculado ao Capes/Cnpq desenvolvido por docentes e acadêmicos do curso de Arte-Educação da UNICENTRO . O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID atua como política pública educacional, vinculado ao CNPq que propõe o aprimoramento da formação de acadêmicos em licenciatura. O PIBID Arte vem contribuindo no processo de valorização e qualificação do ensino de Arte na educação básica e ainda, na efetivação do ensino de música nas escolas, obrigatório nesta disciplina de acordo com a lei nº 11.769, que acrescentou o parágrafo 2°. no Artigo 26 na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (BRASIL, 2011). Nesta temática, muitos aspectos podem ser discutidos, entretanto dois deles nos despertam mais atenção: o desafio eminente na utilização das novas tecnologias, e a obrigatoriedade e qualidade do ensino musical. As ações desenvolvidas pelo PIBID-Arte envolvem o fazer docente em seus aspectos teórico e metodológico. Tanto a inserção dos acadêmicos no ambiente escolar, quanto à investigação sobre o ensino de arte dentro da escola permitem a reflexão crítica sobre a prática docente dentro e fora da sala de aula. A partir de uma pesquisa de campo sobre o perfil dos alunos em relação à arte na qual foi aplicado nos dois Colégios parceiros do Pibid-Arte, traçamos objetivos e planejamos a oficina para o cumprimento dos mesmos. Proporcionamos aos alunos vivências visuais, sonoras e corporais em arte por meio da tecnologia disponivel e de posse dos alunos tentando estabelecer abordagens contemporâneas do ensino da arte. Aprimorando assim nossas praticas docentes, pois investigamos as possibilidades da ação discente e docente na abordagem artística pedagógica em relação a arte e tecnologia na escola, visando ampliar o conhecimento dos educandos e colaborando para nossa formação enquanto profissionais do ensino de arte. Este projeto surgiu de nossas inquietações sobre a inclusão das novas tecnologias no trabalho artístico, que tem sido uma grande dificuldade dos professores não só na disciplina de arte como nas demais áreas do conhecimento. Estamos em constante fase de desenvolvimento, e devemos acompanhar as transformações para situar nossos alunos quanto às novas formas de arte. [... ] a revolução tecnológica da comunicação e da informação afetou diretamente não só os modos de reprodução musical, mas também a própria produção musical [...] A experiência musical não é mais a mesma dos séculos anteriores. Assim, é bastante pertinente o desenvolvimento de projetos que explorem os recursos tecnológicos para a produção e apreciação musical (programas de estúdio que possibilitem a combinação de diversos sons para compor músicas.” (GRANJA, 2006, p.113.) A oficina ocorreu em três módulos, o primeiro tratou especificamente da música, sensibilização, conteúdos, recursos, manipulação e composição através de softwares. Trabalhamos com o conceito e a composição musical de paisagem sonora, por meio da sonoridade dos ambientes do cotidiano dos educandos, e ainda, partituras gráficas, técnica vocal, percussão corporal, objetos sonoros, instrumentos e materiais alternativos. O segundo módulo tratou da dança, sensibilização e investigação corporal e a produção de vídeo-dança. Esse processo iniciou com conscientização corporal, apropriação e transformação de movimentos do cotidiano. Após ocorreu a produção de um vídeo-dança com a utilização de software de manipulação de vídeo, com o qual se manipulou imagens das investigações que se deram a partir de exercícios e técnicas da dança contemporânea primando por uma poética pessoal dos alunos. O terceiro módulo se deteve na integração e dissociação dos aspectos sonoros e corporais por meio de processos criativos. Além de processos criativos a oficina possibilitou novas relações dos/as alunos/as com a Arte, pois contextualizamos as relações entre arte e sociedade à medida que exploramos as possibilidades da relação arte/tecnologia. No Colégio Manoel Ribas, além da reunião com a direção da escola, marcamos uma reunião com os pais dos alunos matriculados a fim de apresentar o projeto e os objetivos da oficina, estavam presentes somente dois alunos e uma mãe. Já no Colégio Ana Vanda só nos reunimos com a Direção e durante minhas primeiras aulas apresentei o projeto e algumas informações sobre os objetivos do PIBID e da oficina para os alunos aos quais ela seria ministrada. Nos primeiros encontros das duas aplicações da oficina fizemos provocações sobre composição e gosto musical. Quando questionados sobre o silêncio, uma das alunas respondeu que silêncio absoluto não existe. Para confirmar tal afirmação propomos que eles tentassem ficassem em silêncio total. Entretanto durante essa tentativa continuamos ouvindo sons produzidos pelo corpo comprovando uns dos experimentos de Jonh Cage que ao se trancor em uma câmara anecóica isolado de todo e qualquer som ou ruído, assim mesmo ainda ouviu dois sons, um agudo e outro grave, sendo um de sua circulação sanguínea e outro de seu sistema nervoso, experimento esse descrito por BRITO, 2011. Segundo Gandra, práticas como essa contribuem para a ampliação do universo sonoro do indivíduo. “Percebe-se que a educação musical tem como um dos seus objetivos a sensibilização, considerando os interesses e iniciativas do educando a partir da ampliação do universo sonoro, da expressão e experimentação musical através de sua vivência”. (GANDRA, 2008, p.15). Após introduzimos o conceito de “paisagem sonora” [1]fizemos práticas de escuta do ambiente escolar e pedimos para que cada aluno escolhesse dez sons que no cotidiano não escutam com atenção e para cada som fazer um desenho representando-o. No final construímos uma lista com a variação dos sons relatados pelos alunos e discutimos sobre essas diferenças. Como tarefa desta primeira etapa solicitou-se que os alunos se reunissem em grupos ou duplas e gravassem sons de uma paisagem sonora escolhida pelos integrantes para a próxima aula. Na primeira aplicação da oficina nenhum dos grupos executou a tarefa, apenas um aluno trouxe três sons que gravou na cozinha de casa. Acreditamos que poderíamos ter dado mais exemplos, levando gravações de paisagens sonoras, destacando alguns sons, ou ainda poderíamos ter ido com eles a um local e lá fazermos uma experiência de captação de sons. Talvez essas alternativas teriam contribuido para o bom desenvolvimento da aula seguinte. Na turma de ensino médio no Colégio Ana Vanda os alunos foram distribuídos em grupos para delimitarem uma paisagem sonora e realizarem pesquisa e captação sonora nos locais escolhidos (uma construção, Lago, Lagoa das Lágrimas, cemitério, agencia bancária, mercado, creche e terminal rodoviário), desta vez mais alunos realizaram a pesquisa de campo, e pelo menos os liderem dos grupos trouxeram a captação dos sons, mesmo assim percebeu-se que a maioria não realizou a proposta, então foi solicitado que os demais descrevessem o máximo de sons que lembravam ter escutado no local que cada grupo havia delimitado para seu trabalho (ou ainda os sons imagináveis dos locais determinados). A exibição do filme “O Som do Coração” Reforçou o conceito das aulas sobre “paisagem sonora”. Na primeira aplicação que era para o ensino fundamental foram coladas no quadro algumas perguntas instigativas a fim de influenciar os educandos a perceber melhor a paisagem sonora, os instrumentos musicais, a forma de tocá-los e tudo que poderia ajudá-los a compor musicalmente. Na segunda aplicação, já no ensino médio ocorreram mais discussões pertinentes ao filme em vários momentos durante as aulas, muitas delas partindo de alunos. Uma das aulas começou de forma espontânea antes do horário ainda no saguão da escola com a performance do aluno Victor Hugo ao piano (piano imaginário), tocando Cai Cai Balão... seguido de Parabéns para você. O piano “só os inteligentes puderam ver”, e “as canções só os inteligentes puderam ouvir.” Felizmente todos os presentes na oficina apreciaram muito a atuação musical do colega. Também improvisamos realizando performances musicais, onde cada integrante foi um instrumento como o Violão Ruliane, a bateria Bryan, o “Fuzileiro Victor”, o Chocalho Kelly, o Pandeiro Lu e o Triangulo Gracy. Resolvemos explorar os sons de outro modo, em vez de tocarmos os instrumentos nos colocamos no lugar deles, efetuando os sons e os movimentos que possivelmente fariam cada instrumento ao serem tocados. Fizemos algumas composições instantâneas, onde cada instrumento (participante) tinha autonomia para decidir a sua hora de “entrada” e “saída”, as suas pausas, e variações das qualidades do seu próprio som. O resultado foi muito satisfatório. Nesta aplicação os alunos participaram porque gostavam da oficina e manifestavam o desejo de participar e criar, e se percebia claramente a impressão de suas vontades comungando com as nossas em suas criações. Lessa discorre sobre a subjetividade e sua relação social no processo de criação: Inspirado sobretudo em Foucault, Deleuze e Guattari, Hardt afirma que a subjetividade não é dada a priori, porém se constitui no campo das forças sociais. As práticas sociais cotidianas estabelecem a forma com que lidamos com o mundo. As instituições sociais estão no interior, dentro de nós. Então, não se deve considerar a subjetividade como dada e sim como um processo de produção. Cada instituição tem sua própria lógica de funcionamento e subjetivação (LESSA, 2005, p.42).
Durante a aula de técnica vocal, explanamos sobre os cuidados com o aparelho fonador, exibimos vídeos das diferentes formas de compor música com o uso da voz, após fizemos experimentações e composições usando essa forma de expressão. Uma das alunas havia levado o violão e tocou algumas músicas para a turma, os demais presentes dançaram e cantaram. Para Laura Cime de Souza (cantora) “[...] o corpo é o veículo pelo qual se existe fisicamente. O trabalho corporal consciente é de máxima importância para o desenvolvimento do artista, que deve procurar estar em contato com o seu potencial expressivo a serviço da arte.” (COELHO, 1994, p. 7) Na primeira aplicação da oficina apenas um aluno realizou a composição de uma música com o auxílio do software denominado Audacity®, a partir dos sons observados no ambiente escolar bem como os que foram coletados em outros locais e durante as práticas. Foram feitas também composições instantaneas e improvisadas com técnicas de canto coral, percurçao corporal e uso de partituras gráficas, fomos poucas vezes para o laboratório de informática, mas lá trabalhamos com o Audacity®. Com nossa orientação os alunos puderam experimentar e manipular este software o que resultou em algumas composições musicais, porém somente um aluno conseguiu finalizar em aula. Já na segunda aplicação não ocorreu a manipulação dos softwares devido a indisponibilidade dos equipamentos, os equipamentos disponíveis da escola não comportam a proposta devido a falta de caixas de som (autofalantes), e fones de ouvido. Solicitei aos alunos que trouxessem pen drives para o prosseguimento da oficina. Comentei sobre a utilização de softwares de edição de som e imagem. Exibi um repertório mais selecionado com diferentes estilos musicais dessa vez com mais ênfase na paisagem sonora. Equipamentos como o projetor e computadores são de fácil acesso, porém as caixinhas de som sempre foram fornecidas pela professora Janete. Apesar da falta desses equipamentos que impossibilitaram a manipulação dos softwares individualmente, o acesso a rede wi-fi em sala de aula nos permitiu acessar um blog2 com postagens contendo vídeos relacionados ao assunto, o uso do Data Show possibilitou as explicações sobre a manipulação do Audacity®, nesta aula, os alunos ficaram atentos, e opinaram sobre a escolha das músicas a serem manipuladas. Como a turma é grande e não é possível o uso do laboratório esta foi uma saída para demonstrar esta forma de composição aos alunos. A maioria dos alunos possui computadores em casa e alguns alunos já conheciam outros programas de edição de áudio, este contato em sala pode instigá-los a criar suas próprias composições. Fizemos uma lista de sons de uma fazenda e construímos e executamos uma partitura gráfica da paisagem sonora dessa fazenda. Esta composição foi feita no último dia de aula, e pelos comentários e discussões dos alunos enquanto selecionavam os sons e os organizavam pode-se perceber que os objetivos principais foram atingidos, pois compreenderam os conceitos de paisagem sonora, e são capazes de compor música pensando em sons e ruídos produzidos por qualquer fonte sonora. O módulo de dança iniciou com percepção e sensibilização corporal. Trabalhamos os fatores de movimento, variando os mesmos, fizemos investigações de movimentos do cotidiano e sensações provocadas por eles para composição coreográfica. Ocorreram questionamentos sobre o conceito de dança, suas variações, suas especificidades e sua relação com a música. Durante as práticas cada participante propôs uma sequência de movimentos, sendo que algumas foram executadas pelos colegas. Chegado o término das experimentações contamos apenas com uma aluna, que a partir de uma poética pessoal compôs células de movimento integrando todas as práticas corporais realizadas ao longo desse módulo. Esse processo estimula o desenvolvimento das habilidades corporais dos alunos para que possam compor a partir de seus saberes corporais. As crianças precisam desenvolver as habilidades e conhecimentos necessários para criar, modelar e estruturar movimentos em forma de dança expressiva [...] muitas vezes, usa os movimentos espontaneamente, variando seus gestos e dinâmicas para expressar seus sentimentos e idéias. [...] Com suas habilidades e conhecimentos desenvolvidos, elas poderão ser capazes de criar danças mais complexas, as quais terão uma estrutura clara, incluindo aspectos interessantes de composição, tal como desenvolvimento de tema e repetição.(FREIRE, 2001, p.5) Exploramos a relação da dança ao longo da história demonstrando as características da dança clássica, moderna e contemporânea como figurino e relação com o espaço. Exibimos grande repertório de vídeos enfatizando as novas tecnologias e a dança contemporanea. Trabalhamos a questão das potencialidades corporais de cada um como altura, peso, onde verificamos as possibilidades e limites de cada um ao analisarmos que alguns de nós não conseguimos realizar determinados movimentos ou propostas da mesma forma que os demais. Mas verificamos também que podemos desenvolver habilidades, pois depois de algumas tentativas alunos consseguiram executar praticas que antes nao conseguiam. Uma aluna e a professora Graciana sairam pesquisando no espaço escolar movimentações dos das pessoas para elaborar sua composição coreográfica, selecionando três movimentos cotidianos que depois de repetidos várias vezes e assimilados pelo seu corpo foram desconstruídos e transformandos em gestos. Registramos o processo e a movimentação executada ao longo do processo. Neste processo adotamos a poética pessoal da aluna para a composição de um vídeo-dança, assim como no bloco anterior foram utilizados recursos tecnológicos para compor música, neste módulo utilizariamos o software Movie Maker ® para compor dança. Porém como a aluna não compareceu nas aulas posteriores devido a proximidade do periodo de férias a oficina se encerrou sem a conclusão do ultimo módulo, permanecendo apenas os registros do processo e um vídeo texte que fizemos para demonstrar as possibilidades de manipulação das imagens. Já no Colégio Ana Vanda quanto aos conteúdos de dança o repertório de vídeos foi e imagens para os alunos foi reduzido em relação a primeira aplicação, pois me detive a arte contemporânea. Fiz uma breve explanação sobre os aspectos formais da dança e sua relação com o cotidiano. Foi realizada leitura de textos sobre percepção e sensibilização corporal. Introduzi estudos de Rudolf Laban e demonstrei alguns movimentos da Escala A e sua analise. Tentei introduzir as palavras repertório, poética e coreografia no vocabulário da turma, relacionando as mesmas aos conteúdos de dança. Mostrei imagens de trabalhos visuais e imagens corporais e solicitei que desenhassem estruturas corporais e como tarefa tiveram que optar por uma técnica para expressar um desenho corporal, que não precisava ser necessariamente de dança. Mas a maioria trouxe representações de dançarinos e bailarinas. Os alunos se familiarizaram com as aulas práticas, naturalmente alguns alunos se mostraram intimidados e demoraram a aderir às propostas, mas depois de certo tempo acabam se juntando ao restante da turma, os meninos se negaram a fazer alguns movimentos que julgam femininos, mas quando me ofereci para realizar a prática com eles, a maioria participou. Os exercícios de apoio foram mais bem explorados, eles gostaram muito da aula, alunos de outras turmas e funcionários da escola se aproximaram para observar. Alguns alunos de outra turma foram voluntários para demonstrar alguns exercícios. Após mais experimentações e aulas práticas iniciamos a composição para o vídeo dança, desta vez optei por delimitar o tema para composição fugindo da poética pessoal como ocorreu na primeira aplicação da oficina, agora eles deveriam compor uma dança pensando nos movimentos do basquete, pois pretendia leva-los para um local próximo à escola onde havia três quadras para que pudessem ensaiar e compor, porém percebi que poderiam se dispersar prejudicando o trabalho, então o processo foi realizado no perímetro da escola. A turma foi dividida em dois grupos, onde foram escolhidos dois alunos para filmar os movimentos dos colegas e células coreográficas dos colegas, foram feitas no mínimo duas captações de imagens. Após salvei os registros e montei duas composições pra mostrar a turma. Em aula mostrei a eles o processo para manipular o programa e três alunos experimentaram manipular e compor um pequeno vídeo.





A maioria dos alunos possui computador em casa e já conhece e manipula o programa, por isso só mostramos algumas funções e dialogamos sobre como compor e selecionar os movimentos. Durante a primeira aplicação da oficina com alunos do Ensino Fundamental, que ocorreu em contra turno grande parte das dificuldades encontradas durante o desenvolvimento da oficina se deve às questões que envolvem a dinâmica escolar, horário da oficina, restrição da utilização de equipamentos e dos espaços.
A nova oferta da oficina durante as aulas da disciplina de Arte que ocorreu para o ensino médio apresentou dificuldades quanto a resistência dos alunos, pois de certa forma precisavam cumprir as praticas para atingirem a média e não por prazer como ocorria na primeira aplicação . Analisando os aspectos negativos que ocorreram na oficina durante seu desenvolvimento no colégio Manoel Ribas, é possível perceber as contribuições dessa experiência docente, como o planejamento e a auto avaliação do processo de desenvolvimento da proposta, pois após a verificação e análise dos problemas enfrentados ocorreu nosso amadurecimento profissional. Após essa avaliação pudemos reformular o projeto aplicando-o novamente, com um público maior, e com mais aspectos positivos do que negativos desta vez. Apesar de imprevistos e indisponibilidade de equipamentos, soube-se contornar a situação, o que não se cumpriu na primeira aplicação da oficina acabou se completando nesta etapa como foi o caso do vídeo dança. As mudanças na oficina foram necessárias, o fato de ser avaliada com notas, por exemplo, não estava no planejamento, porém foi uma exigência da equipe pedagógica do Colégio Ana Vanda, para as devidas avaliações houve prejuízo na qualidade das aulas e na disponibilidade de tempo. No geral as práticas realizadas durante as duas aplicações da oficina alcançaram os objetivos do programa PIBID-ARTE e do projeto da oficina, principalmente no que se refere à qualificação da formação docente e das práticas pedagógicas na educação básica e no ensino superior. Observamos que tanto as ações que obtiveram resultados positivos, quanto às dificuldades enfrentadas pelos agentes do projeto, promoveram a aprendizagem. Os problemas enfrentados no desenvolvimento da oficina proporcionou reflexão e enfrentamento diante das possíveis dificuldades que futuramente serão submetidos os arte-educadores no fazer docente apesar de todos os desafios enfrentados procuramos seguir o planejamento e realizar todas as atividades propostas adaptando quando necessário, buscando alternativas, flexibilizando as ações e nos momentos de discussão sobre o andamento da oficina com o restante dos bolsistas, realizamos análise crítica sobre o ambiente escolar.

Referências
BRITO, Alessandra Araújo de. Dança e dissonâncias: Poéticas de esculpir o tempo. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/9014/3/2010_AlessandraAraujodeBrito.pdf. Acesso em: 23 jul. 2011. COELHO W.
Helena Técnica vocal para coros. São Leopoldo-RS: Sinodal, 1994. GANDRA, Evelyn Forquim Buco. Sensibilização Sonora: Uma Prática da Arte- Educação, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, 2008.
GRANJA, Carlos Eduardo de Souza Campos. Musicalizando a Escola: Música, Conhecimento e Educação.São Paulo:Escrituras Editora, 2006.
FREIRE,Ida Mara. Dança educação: O Corpo e o Movimento no Espaço do Conhecimento, Cadernos Cedes, ano XXI, n. 53, abril/2001. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.
SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante, trad. Marisa Tranch de o Fonterrada,São Paulo : Fundação Editora UNESP.1991.

[1] Este termo foi utilizado pelo canadense Murray Schafer denominada por ele de soundscape e refere-se aos sons de determinado espaço e da sensibilização deste meio de maneira consciente e da percepção e das transformações que estas paisagens sofrem no decorrer do tempo e a maneira como interagimos com ela e que podemos ser compositores escolhendo materiais, timbres, texturas, enfim organizando estes sons de maneira musical.