Oficina: Jogos Musicais/Teatrais
Acadêmicas: Caliandra Rosa e Rafaella Fritz
Resumo enviado ao 30ºSEURS
JOGOS
MUSICAIS/TEATRAIS
Área
Temática:
Cultura
Daiane
Solange
Stoeberl
da
Cunha
1(Coordenadora
da
Ação
de
Extensão)
Caliandra
Rosa
da
Silva;
Daiane
Solange
Stoeberl
da
Cunha;
Rafaella
Fritz
2
Palavras-chave:
Arte-Educação,
Jogos
Teatrais,
Educação
Musical,
Práticas
Pedagógicas.
Resumo:
Esse
resumo
tem
como
objetivo
descrever
a
ação
extensionista
intitulada
oficina
de
Jogos
Musicais/Teatrais
realizada
por
bolsistas
do
PIBID-
Arte
(Programa
de
Incentivo
e
Bolsa
de
Iniciação
à
Docência,
vinculado
ao
CNPq)
em
dois
colégios
da
rede
estadual
de
ensino
de
Guarapuava-Pr,
no
ano
de
2011.
As
ações
do
PIBID-
Arte
contemplam
ensino,
pesquisa
e
extensão,
sob
abordagem
qualitativa
reflete-se
sobre
a
prática
docente
em
arte,
e
nesta
oficina,
mais
especificamente,
sobre
metodologia
de
ensino
que
busca
a
possibilidade
de
integração
do
Teatro
e
da
Música
por
meio
de
Jogos
de
improviso.
Partindo
da
análise
e
dos
resultados
obtidos,
propõe-se
a
realização
desta
oficina
no
30o
seminário
de
extensão
universitária
da
região
sul.
Experiências do
Pibid-Arte
O
PIBID-
Programa
de
Incentivo
e
Bolsa
de
Iniciação
à
Docência,
em
seu
subprojeto
Arte
vinculado
ao
Departamento
de
Arte-Educação
da
Universidade
Estadual
do
Centro-Oeste
-
Unicentro,
realizou
no
ano
de
2011
quatro
diferentes
oficinas,
dentre
elas
a
oficina
de
Jogos
Musicais/Teatrais,
na
qual
foca-se
neste
resumo.
As
ações
realizadas
pelo
PIBID/Arte
têm
como
principal
objetivo
a
formação
docente
em
arte,
assim,
relatamos,
fundamentamos
e
analisamos
as
propostas
realizadas
nesta
oficina
que
tem
como
finalidade
introduzir
na
disciplina
de
arte
a
música
contemporânea
e
a
utilização
dos
jogos.
Trabalhando
as
características
do
som
nos
baseamos
nas
propostas
de
jogos
de
Viola
Spolin
e
na
associação
das
linguagens
através
de
jogos
de
improvisação
de
Koellreutter.
O
jogo
estimula
vitalidade,
despertando
a
pessoa
como
um
todo
-
mente
e
corpo,
inteligência
e
criatividade,
espontaneidade
e
intuição
-
quando
todos,
professor
e
alunos
unidos
estão
atentos
para
o
momento
presente.(VIOLA,
2010,
p.
30)
A
primeira
etapa
desta
ação
consistiu
na
elaboração
do
projeto
de
ensino,
para
o
qual
realizou-se
a
revisão
teórica
sobre
o
tema
e
a
construção
de
uma
sequência
didática.
A
aplicação
deste
projeto
de
ensino,
em
forma
de
oficina,
consistiu
na
segunda
etapa.
Todas
as
práticas
foram
registradas
e
analisadas,
tanto
a
prática
docente
quanto
a
prática
discente.
De
início
notamos
que
alguns
alunos
se
mostraram
resistentes
à
música
contemporânea,
criando
na
sala
discussões
a
respeito,
ao
longo
das
aulas
chegamos
à
conclusões
para
além
das
questões
de
juízo
de
gosto.
Foi
proposto
aos
alunos
explorar
sons
da
sala
e
de
objetos
disponíveis.
Em
grupos
foram
orientados
a
construir
símbolos
visuais
representando
cada
som,
em
seguida
partituras
gráficas e
uma
composição
em
conjunto.
Baseamos
nossa
proposta
na
compreensão
schaferiana
de
que:
A
notação
musical
consiste
em
dois
elementos:
o
gráfico
e
o
simbólico
[...]
A
diferença
entre
notações
simbólica
e
gráfica
é
que
a
primeira
nos
dá
uma
informação
mais
precisa
enquanto
a
segunda
indica
a
forma
geral
da
peça
[...]
a
medida
que
as
tarefas
se
tornam
mais
elaboradas,
chega
o
momento
em
que
a
escrita
se
torna
inevitável,
e
então
deixo
que
se
desenvolvam
a
sua
própria,
utilizando
os
meios
que
quiserem.
(SCHAFER,
1991,p.308).
Após
essa
etapa
de
contato
e
exploração
com
novas
formas
de
produção
musical,
passamos
para
a
construção
das
cenas
trabalhando
as
características
do
som:
timbre,
altura,
intensidade
e
duração.
Segundo
Schafer
(1991),
o
timbre
traz
a
cor
da
individualidade
à
música.
Sem
ele
tudo
é
uniforme
e
invariavelmente
cinza,
como
a
palidez
de
um
moribundo.
Portanto,
o
timbre
nos
permite
reconhecer
a
fonte
geradora
do
som.
Através
do
reconhecimento
da
voz
dos
colegas,
um
grupo
saía
da
sala
enquanto,
escolhíamos
outros
alunos
para
emitir
um
som
com
sua
voz,
a
finalidade
era
descobrir
quem
estava
falando.
Para
este
jogo
utilizamos
também
objetos
da
sala,
e
instrumentos
convencionais.
Posteriormente,
ao
trabalharmos
com
os
elementos
altura
e
intensidade
os
alunos
criaram
cenas,
nas
quais
os
personagens
teriam
que
falar
em
alturas
diferentes,
de
acordo
com
o
lugar
em
que
estavam.
Enquanto
os
alunos
preparavam
as
cenas
recebiam
nossa
orientação
e
tiravam
as
dúvidas,
ensaiaram
e
apresentaram,
tudo
foi
registrado
em
vídeo.
A
mesma
cena
agora
na
atividade
da
duração
teria
que
ser
repetida,
os
alunos
escolhiam
uma
emoção
para
dar
a
cada
personagem,
assim
a
característica
do
som
intensidade
era
evidenciada
através
da
cena.
Para
trabalhar
a
duração
sonora
experimentamos
corporalmente
os
sons:
em
circulo
uma
pessoa
iniciava
o
som
e
a
próxima
deveria
fazer
um
movimento
corporal
que
correspondesse
a
esse
som,
os
alunos
se
movimentavam
o
mínimo
possível,
depois
de
repetirmos
várias
vezes
a
atividade,
é
que
a
criatividade
surgiu
de
forma
mais
natural.
Assim
se
o
som
era
curto
o
movimento
do
corpo
deveria
corresponder
com
movimentos
curtos,
ou
longos,
fortes,
fracos.
Em
nosso
último
encontro,
fizemos
uma
série
de
jogos
de
improvisação,
os
alunos
já
estavam
bem
familiarizados
com
as
práticas
e
trabalharam
muito
bem,
participaram
ativamente
das
cenas,
utilizamos
diversos
objetos
trazidos
também
pelos
alunos.
Baseamos
nossa
proposta
na
frase
“[...]há
muitos
objetos
num
só
objeto[...]”
(BRECHT
apud
KOUDELA,
1991,
p.
86)
um
aluno
de
cada
vez
iniciava
uma
cena,
depois
de
escolher
um
objeto
e
daria
a
ele
uma
função
diferente
da
que
possuía
comumente,
após
entendida
a
proposta,
modificamos
fazendo
com
que
dois
ou
mais
já
iniciassem
na
cena
com
seu
respectivo
objeto
e
todos
deveriam
improvisar
interagindo
uns
com
os
outros.
Sabemos
que
todas
as
pessoas
são
capazes
de
atuar
e
todas
as
pessoas
são
capazes
de
improvisar.
As
pessoas
que
desejarem
são
capazes
de
jogar
e
aprender
a
ter
valor
no
palco.
(SPOLIN,
2005)
Durante
o
decorrer
dos
encontros
procuramos
sempre
nos
utilizar
do
cotidiano
dos
participantes,
trazendo
questões
do
seu
dia
a
dia.
Vimos
também
que
os
alunos
trazem
suas
vivências
para
a
cena,
produzindo
diálogos
e
interagindo
com
os
demais,
através
de
suas
experiências.
A
utilização
dos
jogos
para
a
compreensão
das
características
sonoras
e
sua
associação,
nos
deu
um
caminho
cheio
de
possibilidades,
podendo
ser
exploradas
de
inúmeras
maneiras,
trazendo
em
sua
realização
a
proposta
de
interdisciplinaridade
muito
discutida
nos
dias
dicipante
hoje,
quando
se
fala
em
modificação
do
currículo,
pensando
na
construção
do
conhecimento
por
mais
de
uma
área
do
conhecimento,
assim
unimos
duas
áreas
do
conhecimento
artístico.
O
pensar
interdisciplinar
parte
do
principio
que
nenhuma
forma
de
conhecimento
é
em
si
mesma
racional.
Tenta,
pois
o
diálogo
com
outras
formas
de
conhecimento
deixando-se
interpenetrar
por
elas.
Assim
por
exemplo,
aceita
o
conhecimento
do
senso
comum
como
válido,
pois
é
através
do
cotidiano
que
damos
sentido
às
nossas
vidas,
ampliando
através
do
diálogo
com
o
conhecimento
cientifico.
(FAZENDA,p.16
1993)
Muitas
vezes
era
difícil
para
os
alunos
identificar
e
definir
as
características
do
som
separadamente,
contudo
notamos
que
aplicadas
à
construção
de
uma
cena
elas
eram
facilmente
identificadas
e
inseridas
sem
maiores
dificuldades.
Essas
atividades
abrem
espaço
também
para
que
os
alunos
façam
suas
escolhas,
partimos
do
contexto
familiar,
de
lugares
que
são
comuns
a
eles,
para
depois
dar
as
coordenadas
da
atividade
a
ser
desenvolvida.
Os
alunos
trazem
suas
vivências
para
a
cena,
produzindo
diálogos
e
interagindo
com
os
demais,
através
de
suas
experiências.
Para
Merleau
Ponty
(1999):
A
experiência
é
algo
que
nos
acontece
durante
a
vida,
e
como
damos
importância
a
esses
acontecimentos.
Tem
a
ver
com
o
sentido
e
com
o
sem-sentido
que
nos
acontece,
é
algo
particular,
subjetivo,
relativo,
contingente,
pessoal.
Não
devemos
nos
relacionar
somente
através
do
intelecto,
mas
sim
com
toda
nossa
rede
sensorial,
contando
com
a
sensibilidade
de
todo
nosso
corpo
e
ainda
do
que
nos
rodeia.
As
práticas
foram
desenvolvidas
coletivamente,
não
levamos
respostas
prontas,
segundo
Schafer
(1991)
todo
professor
deve
se
permitir
ensinar
diferente,
fazendo
de
uma
classe
um
lugar
de
aprendizagem,
de
experiências
e
descobertas,
um
local
totalmente
criativo,
onde
não
haja
respostas
preestabelecidas,
onde
todos
solucionem
os
problemas.
Onde
o
professor
lance
questões
iniciais
e
depois
torne-se
um
aluno
como
os
demais
da
turma.
A
realização
desta
oficina
possibilitou
a
experimentação
de
uma
metodologia
de
ensino
da
música
e
do
teatro
de
forma
integrada.
Os
jogos
são
uma
forma
prática
de
trabalhar
com
elementos
musicais
e
teatrais
permitindo
aos
alunos
a
experimentação
do
fazer
artístico
em
sala
de
aula.
Jogos
Musicais/Teatrais
A
oficina
a
ser
desenvolvida
no
30º
Seminário
de
Extensão
Universitária
da
Região
Sul
destina-se
à
crianças e adolescentes.
Devido
a grande importância
da educação artística, optamos por articular duas áreas do ensino
da arte através de jogos: música e teatro. Assim os alunos poderão
ficar mais a vontade para criar, experimentar. Contribuindo também
para a exploração e ampliação de vivências sonoras e corporais.
Partindo
de
questionamentos
sobre
algumas
das
características
da
música
contemporânea
o
som,
ruído
e
silêncio,
nossa
discussão
sobre
tais
conceitos
é
realizada
e
as
definições
construídas
juntamente
com
os
participantes
da
oficina.
Em
seguida,
para
ampliar
o
repertório
e
o
conhecimento
sobre
o
tema,apresentam-se
vídeos
dos
músicos:
Stomp,
Uakti
e
Barbatuques4.
Levantaremos
os
seguintes
questionamentos:
O
que
vimos
e
ouvimos
é
música?
Há
ruídos?
É
possível
fazer
música
com
esses
materiais?
Vamos
experimentar
sons
e
ruídos
de
objetos
disponíveis
em
sala
(cadeira,
carteira,
janela,
cortinas,
cadernos,
roupas,
etc.)
Baseia-se
esta
prática
na
premissa
de
que:
Em se
tratando de
arte, o
ruído pode
se tornar
um elemento
criativo, que
interfere e
modifica as
estruturas musicais
preestabelecidas e
cristalizadas pelo
uso. Um
dos encantos
da música
é justamente
esse dialogo
entre som
e ruído,
ordem e
desordem. (GRANJA,
2006, p.
80)
Na
exploração
e
experimentação
dos
sons
do
ambiente,
busca-se
a
compreensão
de
que
há
a
possibilidade
de
encontrar
sonoridades
diversas
em
todo
tipo
de
material,
mesmo
na
sala
de
aula.
Tais
sonoridades
serão
selecionadas
e
classificadas,
a
fim
de
serem
utilizadas
para
composição
de
pequenas
frases
sonoras.
Ao
selecionar
alguns
dos
sons
explorados,
cria-se
um
símbolo
visual
que
represente
tais
sons,
esses
símbolos
serão
usados
para
criar
partituras
alternativas
em
pequenos
grupos.
As
partituras
serão
ensaiadas
e
apresentadas.
As
seguintes
atividades
relacionam
o
sonoro
e
o
corporal,
a
fim
de
trabalhar
as
características
do
som
(altura,
intensidade,
timbre
e
duração),
de
forma
a
integrar
as
linguagens.
A
música
é
uma
linguagem
que
envolve
diretamente
a
participação
do
corpo
na
sua
percepção.
Reagimos
e
expressamos
a
música
usando
nosso
corpo.
Há
uma
forte
relação
entre
a
pulsação
rítmica
da
música
e
os
ritmos
corporais:
respiração,
batimento
cardíaco,
piscar
de
olhos,
etc.
(GRANJA,
2006,
p
91)
Começamos
com
o
timbre,
explicando
essa
característica
como
exemplo
a
voz
de
cada
pessoa,
sons
do
corpo
e
de
objetos.
Será feita uma rápida explicação sobre as outras
características do som (altura, intensidade, duração) e juntamente
com o timbre serão exploradas em jogos de criação de pequenas
cenas. Vamos criar pequenas cenas onde um aluno inicia e os demais ao
perceber a situação começam a interagir, desse modo as ações vão
se desenrolando. A partir de uma palavra, que pode representar uma
ação, um lugar ou um objeto, um aluno inicia a cena improvisada, os
outros ao perceber a situação interagem na cena. Se os
participantes mostrarem dificuldade na improvisação, pode-se ter
uma conversa entre o grupo e combinar alguns pontos da cena.
A última proposta também aborda as
características sonoras. O jogo “Que objeto é esse?” baseia-se
na frase de que há muitos objetos num só objeto. Vários objetos
estarão à disposição dos alunos. Um aluno por vez, ou mais se
necessário, escolhe um objeto, em seguida lhe dá
outra
função,
diferente
da
habitual.
Partindo
desse
objeto
os
alunos
criam
pequenas
cenas,
variando
as
características
do
som.
O
jogo
possibilita
ao
sujeito
uma
facilidade
de
absorção
de
informações
e
ainda
um
maior
contato
com
o
outro.
Durante
a
oficina
propiciaremos
aos
alunos
uma
escuta
consciente
e
uma
ampliação
de
possibilidades
sonoras
resultando
em
participações
ativas.
A
união
dos
jogos
teatrais
e
da
música
torna
mais
fácil
a
explicação
das
características
sonoras.
Os
alunos
aprendem
na
prática,
com
o
corpo,
com
o
espaço
e
com
os
colegas.
Com
os
jogos
os
alunos
ficam
ainda
mais
desinibidos,
mais
livres.
O
lúdico
propicia
maior
prazer
em
aprender
música,
tornando
os
conteúdos
mais
simples
e
de
mais
fácil
e
rápido
aprendizado.
Referências:
BRITO,
Teca
Alencar
de.
Koellreutter
educador:
o
humano
como
objetivo
da
educação
musical.
São
Paulo:
Peiropolis,
2001
FAZENDA,
Ivani
Catarina
Arantes.
Praticas
interdisciplinares
na
escola.
2.
ed.
São
Paulo:
Cortez,
1995.
GRANJA,
Carlos
Eduardo
de
Souza
Campos.
Musicalizando
a
escola:
música,
conhecimento
e
educação.
São
Paulo:
Escrituras
Editora,
2006.
KOUDELA,
Ingrid
Dormien.
Brecht:
um
jogo
de
aprendizagem.
São
Paulo:
Perspectiva,
1991.
MERLEAU,
Ponty
M.
Fenomenologia
da
percepção.
2ª
ed.
São
Paulo:
Martins
Fontes;
1999.
SPOLIN,
Viola.
Jogos
teatrais
para
a
sala
de
aula:
um
manual
para
o
professor/
Viola
Spolin;
[tradução
Ingrid
Dormien
Koudela]
-
2.ed.
São
Paulo:
Perspectiva,
2010.
______.
Improvisação
para
o
teatro.
4
ed.
São
Paulo:
Perpectiva,
2005.
SCHAFER,
R.
Murray.
O
Ouvido
Pensante.
São
Paulo:
Fundação
Editora
da
UNESP,
1991.
http://www.youtube.com/watch?v=tAusSqajfz4&noredirect=1
ResponderExcluirRafaelle Crissi
http://www.youtube.com/watch?v=nK24Bk-JXlw
ResponderExcluirRafaelle Crissi
http://www.youtube.com/watch?v=Zx2V2sN1jT0
ResponderExcluirRafaelle Crissi