segunda-feira, 25 de julho de 2011
JOGANDO COM OS SONS: EXPERIÊNCIAS DA OFICINA NO PIBID-ARTE
SIEPE - HIP HOP: O RAP INVADE A CENA
Evelisa de Moraes Dulz, Cynthia A. Rosolen, Evelyn Forquim Buco (PIBID/CNPq-UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (Orientador), e-mail: evelisadulz@hotmail.com
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas, Departamento de Arte-Educação, Guarapuava / Paraná.
Palavras-chave: Arte-Educação, Educação Musical, Práticas Pedagógicas.
Resumo:
No presente trabalho buscamos apresentar, de forma sucinta, aspectos referentes à oficina desenvolvida no Colégio Estadual Manoel Ribas em Guarapuava/PR, por acadêmicos do curso de Arte-Educação, bolsistas PIBID-Arte, sobre as características que norteiam o movimento Hip Hop, principalmente as que compõem o Rap, com o objetivo de proporcionar uma ampliação de repertório cultural e artístico para os participantes da oficina.
Introdução
As oficinas ministradas fazem parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência, PIBID, no sub-projeto Arte, sob a coordenação da Professora Ms. Daiane S. S. da Cunha. O PIBID é um programa que objetiva incentivar a formação do trabalho docente, procurando despertar nos acadêmicos envolvidos o prazer pelo ensino da arte nas escolas, contribuindo para a formação tanto do coletivo quanto do indivíduo.
O enfoque na educação musical para os envolvidos no projeto visa proporcionar um contato inicial com a cultura Hip Hop e suas ramificações, sendo estas: Rap, Break, Grafitti e Dj. Essa abordagem está sendo utilizada desde o princípio dessa oficina, que vem sendo ofertada aos alunos da rede pública do Colégio Estadual Manoel Ribas. No cronograma para o primeiro semestre letivo de 2011, com carga horária total de 24 horas, com o principio de buscar a integração entre educação básica e ensino superior, bem como a qualificação de ambos os níveis de ensino.
Compreendemos que o ambiente escolar é um espaço de convivências e de diferentes sujeitos, abrangendo visões de professores e alunos advindos de realidades distintas. Ampliar a problemática das relações entre escola e sociedade é inerente a todo processo educativo, pois não há educação sem que esta, esteja imersa na cultura humana situada dentro de um tempo e espaço restrito. A reflexão sobre esta temática se estende ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Como analisam MOREIRA e CANDAU:
Não se pode conceber uma experiência pedagógica ‘desculturizada’, em que a referência cultural não esteja presente. A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. [..] O que está em questão, portanto, é a visão monocultural da educação. Os “outros”, os “diferentes” – os de origem popular, os afrodescendentes, os pertencentes aos povos originários, os rappers, os funkeiros etc. –, mesmo quando fracassam e são excluídos, ao penetrarem no universo escolar desestabilizam sua lógica e instalam outra realidade sociocultural. (2010, p. 159)
A partir disso, entende-se como importante a abordagem de uma oficina de Rap, na qual o ensino da música será tratado de diferentes formas, partindo de uma cultura urbana, da música criada nas periferias. Jovens se identificam pela rima exaltada, através de seus ritmos pesados e marcantes, ou seja, podemos classificá-lo como uma música baseada em um andamento fixo com métrica de compasso ritmada e letras que são muitas vezes intimadoras.
Um dos focos dessa oficina é a produção de alguns Rap’s, nos quais os participantes tenham liberdade de composição nas letras e músicas, estimulando, incentivando e desenvolvendo a capacidade de criar diversas relações dos participantes e oficineiros, bem como as relações existentes entre o meio onde vivem. Assim, notamos que por meio da composição dessas músicas, os jovens podem expor suas vivências ou convicções, podendo até desencadear diversas críticas ou reconhecimento ao meio social em que são inseridos.
Mesmo tendo como elemento principal o Rap, não deixamos de falar e situar os participantes ao movimento Hip Hop, com isso os alunos são instigados a refletir sobre as diferenças e formas de preconceitos vivenciados nesse contexto. Partindo da música, que é um elemento universal, procuramos abranger questões individuais e coletivas, sem nos prender a visões tradicionais e sim humanas dentro do objetivo proposto.
Podemos avaliar a oficina e o conteúdo ministrado, de forma que ao mesmo tempo em que se atende às expectativas dos alunos, atende-se ao anseio das acadêmicas em ministrar oficinas de música dentro do próprio projeto, embasando-se no conteúdo na cultura Hip Hop, dando ênfase ao elemento Rap.
Metodologia
Para definirmos o conteúdo das oficinas realizamos uma pesquisa quantitativa com os alunos do Colégio Estadual Manoel Ribas, onde foi colocado a área da arte que estes têm maior e menor afinidade, maior ou menor vontade de aprender em contra-turno na escola. Com base nos resultados percebemos que grande parte dos alunos opta pela área da música, alegando ser a área em que menos tem contato escolar, a que mais gostam e querem aprender.
As aulas realizadas durante as oficinas, proporcionaram como resultado uma pesquisa participante, pois instigávamos a compreensão, incentivando a criticidade de cada oficineiro. Por meio de vídeos, fotografias e músicas desenvolvemos nossas propostas, contextualizando a história da cultura buscando reportagens dentro de recortes de jornais e matérias da nossa própria cidade para incentivo da composição de letras e poemas ritmados, oriundos da realidade social que estamos inserios.
Resultados e Discussão
O Rap é uma música que nasceu da rua e para a rua. Suas temáticas estão intimamente ligadas às situações sociais contemporâneas. O Rap fala do momento atual, relatando, criticando e propondo soluções para questões reais da sociedade. Talvez por isso esse gênero musical seja um dos mais consumidos pela juventude, principalmente as da periferia dos grandes centros, que na sua maioria é composta por negros. Os rapper’s se tornam o porta-voz da periferia, atribuem a si próprios o papel de transmitirem carências, denúncias, necessidades, revoltas e informações. (SOUZA, FIALHO E ARALDI, 2008)
Em nossa oficina, temos notado, alunos consumidores de algumas letras de Rap’s e/ou grupos de Rap’s, no entanto algo que eles compreendem quando a proposta é compor uma letra de Rap é que deve ser falando da violência, retratando a história de “um alguém” que sofre e/ou mata e rouba e etc. Como acima foi citado o Rap fala do momento atual, relata, critica e propõe soluções para questões reais da sociedade. Esse foi o nosso desafio na oficina, fazer com que os alunos compreendessem que uma composição pode partir de experiências particulares, experiências vividas em família, com amigos, no próprio bairro e cidade.
O Rap tem invadido a cena do cotidiano de cada participante, isso se mostra pelas composições que têm feito no decorrer da oficina, composições que serão gravadas ao término das nossas atividades, desse modo, estaremos valorizando o potencial e a vivência de cada um como seres únicos e individuais. Pode-se citar um trecho da primeira letra feita no coletivo pelos participantes, letra que caracterizou o tema dado à oficina para estes: “Certo dia, acordei pensando na poluição / E quando estava andando / Jogaram o papel pela janela do busão / Temos que ser um mundo diferente / Para alcançar pensamentos conscientes.”
Conclusões
Os resultados da oficina são vários e de grande valia, para os alunos, percebemos que além de ampliar seus conhecimentos teóricos trabalhados em aulas de arte, português e, até história, adquire-se uma linha de respeito ao próximo e ao meio em que vivem. A disciplina sempre foi instigada nos encontros, levantando aspectos sobre a importância de maneiras de agir individualmente, pensando sempre no coletivo.
Durante as oficinas os participantes tiveram contato com as características do som, são eles: duração, altura, timbre e intensidade. Essas características foram sendo apresentadas à medida que apreciávamos composições de Rap’s, bem como nas práticas propostas aos participantes. Buscou-se estimular em cada participante o desejo em se mostrar como ser ativo nas propostas de composição, trabalhou-se na estrutura poética, além da estrutura musical, exercitando a capacidade de unir a poesia ao ritmo, originando então, composições de Rap (Rhythm and Poetry).
Apesar do foco das oficinas estar em maior parte no elemento Rap, procurou-se trabalhar o movimento Hip Hop em sua totalidade, apresentando aos participantes todos os elementos, vivenciando cada um deles – break, grafitti e Dj.
Referências
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Maio/Jun/Jul/Ago 2003 Nº 23.
SOUZA, Jusamara. Vozes da periferia. Revista Movimentos Socioculturais, Especial, O olhar do adolescente, Ediouro, Nº. 4, p. 83, 2007.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
FAZENDO MÚSICA COM TUDO: UM ESPAÇO PARA APRENDIZAGENS
FAZENDO MÚSICA COM TUDO: UM ESPAÇO PARA APRENDIZAGENS
(texto aprovado na SIEPE)
Maurício Strapação (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Janete Kosniski Montani (PIBID - Colégio Estadual Ana Vanda Bassara), Marinês Carneiro Rocha (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Vinícius Stein (PIBID/ARTE - UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (UNICENTRO - Orientadora), e-mail: daí_flc@yahoo.com.br
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Arte-Educação, Guarapuava, Paraná.
Palavras-chave: Arte, Ensino, Interdisciplinaridade, Práticas pedagógicas.
Resumo: Apresentamos o planejamento e resultados da oficina Fazendo música com tudo, ofertada aos alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara, por acadêmicos de Arte-Educação bolsistas do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. A oficina foi elaborada com o objetivo de proporcionar a ampliação e trocas de repertório cultural e artístico entre participantes da oficina, através do contato com diferentes formas do fazer musical.
Introdução
O PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, foi criado com a finalidade de aprimorar a formação de acadêmicos em licenciatura e possibilitar sua participação no cotidiano escolar, criando ainda na graduação o vínculo com o exercício da docência. O PIBID/Arte, além de atender aos objetivos do programa institucional, tem objetivos específicos referentes à formação do Arte-Educador. Dentre eles, destacamos nesse texto, a ação extensionista oferecida aos alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara através da oficina Fazendo música com tudo.
A oficina teve como ponto de partida a pesquisa diagnóstica aplicada por meio de um questionário respondido por alunos do Colégio citado, em dezembro de 2010, que buscou conhecer seus anseios, gostos e carências em relação aos conteúdos da arte em suas manifestações: artes visuais, música, teatro e dança.
Pela análise dos questionários percebemos que a preferência dos alunos estava voltada para a área da música, não só pela afinidade que demonstraram, mas por ser, segundo os dados, a área que têm menos contato dentro da escola.
Partir do que os alunos desejam foi um desafio que exigiu cuidados. O processo iniciou na investigação do conhecimento prévio dos alunos em música, levando em consideração a preferência por estilos e habilidades musicais.
Segundo FREIRE (2007, p. 29), “[...] pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estimulo à capacidade criadora do educando [...]”
Percebemos que as expectativas dos alunos em relação à oficina era principalmente na aprendizagem instrumental, o que nos deu abertura para iniciarmos expondo a diferença entre os instrumentos de corda, sopro, eletrônicos, percussão e alternativos e, posteriormente investigarmos melhor os dois últimos.
Buscamos estabelecer um ambiente de trocas entendendo a diversidade da música em nosso cotidiano. Nesse sentido a pesquisa é de suma importância tanto para a aprendizagem dos alunos quanto para nós enquanto professores em formação. O relato de uma integrante do grupo ilustra a situação: “Precisei pesquisar tudo o que teria de ensinar a eles, pois para mim fazer música com instrumentos convencionais já não é muito fácil, dirá então com sucatas.” (Marinês. Integrante do grupo). A inspiração para realizar essa tarefa vem de FREIRE (2007, p. 31).
Não há para mim, na diferença e na “distância” entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação.
Material e Métodos
O desenvolvimento desta ação caracteriza-se como pesquisa, ensino e extensão, pois atuamos na educação básica estendendo a ação do ensino superior, refletindo e analisando cada etapa, a fim de qualificar nossa formação docente. Para tanto, o com enfoque qualitativo e a inserção na escola caracteriza a pesquisa como participante.
Primeiramente, através de pesquisa bibliográfica levantamos apontamentos relativos à correntes pedagógicas e temáticas a serem desenvolvidas. Após estruturarmos os planos de ensino e em seguida, aplicamos a um grupo de alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara.
Resultados e Discussão
No desenvolvimento da pesquisa optamos em organizar uma oficina através de um projeto de trabalho. Pensar projetos de trabalho, de acordo com Martins (1998), proporciona ao grupo a aprendizagem e o conhecimento através de situações nas quais escolher, propor, opinar, discutir, decidir e avaliar são habilidades desenvolvidas no decorrer do processo e transformadas pelos alunos e professor. Ainda segundo a autora, essa forma de trabalho carrega uma intencionalidade que precisa ser continuamente avaliada e replanejada, “[...] que envolve a investigação do professor, atento ao seu grupo e ao conteúdo que quer ensinar”. (MARTINS, 1998, p.159).
Neste sentido, organizamos as linhas que orientariam o projeto em três blocos/módulos que proporcionassem aos oficinandos o contato com diferentes formas do fazer musical.
O primeiro bloco, “Fazendo música com instrumentos”, coordenado pelo bolsista Maurício Strapação, foi elaborado tendo como referência o Sistema Orff/Wuytack, que tem como propósito apresentar a música aos educandos através de três formas de expressão: verbal, musical e corporal. Para tanto, utilizamos instrumentos convencionais de altura definida – xilofones, metalofones, violão – e de altura indefinida – cocos, xequerês, pandeiro, bongô –. O sistema de notação tradicional foi apresentado aos alunos e serviu como referência para o encaminhamento das aulas.
Os alunos responderam bem as propostas dirigidas. Percebemos que iniciar com esse encaminhamento despertou o interesse dos oficinandos pela novidade que o contato com os instrumentos proporcionou. Durante três encontros, de duas horas cada, os alunos conheceram e experimentaram os instrumentos, executando canções, tendo como referência as partituras tradicionais e prática musical em conjunto.
No segundo bloco, “Fazendo música com sucata”, coordenado pela pibidiana Marines Carneiro Rocha, o foco foi a construção e produção de música com instrumentos não convencionais produzidos com sucata. A partir das produções dos grupos Stomp, Uakti e Patubatê, mostramos que tonéis de ferro, baldes de plástico, escapamentos de automóveis, chapas de zinco, podem ser usados na construção de instrumentos com sonoridades tão interessantes quanto os industrializados.
Nessa etapa percebemos que os alunos relacionavam seus conhecimentos com os já adquiridos bloco anterior. A cada novo conteúdo apresentado relatavam semelhanças entre instrumentos anteriormente utilizados.
Com chapinhas de alumínio os alunos construíram rocalhos. Com tamboretes de água, barricas papelão, canos de PVC, ganzás feitos com copos de iogurte, montamos uma pequena escola de samba.
Além do samba outro ritmo explorado foi o baião, tocado com cabos de vassoura, colheres, tamboretes de água e barricas de papelão.
Vinícius Stein, coordenador do último bloco, “Fazendo música com o ambiente” mostrou a possibilidade de compor mesmo sem instrumentos, tendo como referência os sons do espaço, como carteiras, janelas, cortinas, porta, lousa, etc. Nesse bloco a escuta foi o fundamental, segundo Granja (2002, p. 67) “[...] vivemos num mundo de muita música e pouca escuta.” Justificando assim o encaminhamento que foi dado. Os alunos compreenderam a possibilidade de fazer música com os sons que estão presentes no cotidiano.
Durante o desenvolvimento do trabalho, entendemos a oficina enquanto espaço de aprendizagens percebendo o valor das trocas de conhecimento. O contato com alunos nos ajudou a (re)pensar nossa postura enquanto docentes em formação em relação às escolhas metodológicas e conceituais.
Conclusões
De acordo com Chaves (2003) o aluno de graduação vive a um só tempo uma experiência de ensino, como processo de formação profissional, de pesquisa, como investigação sobre a prática docente, e de extensão à medida que está intervindo sobre uma situação social concreta.
Segundo Freire (2007, p.29), “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se encontram um no corpo do outro.” Desta forma entendemos que todo professor deve ser pesquisador, pois sem pesquisa, planejamento e replanejamento das ações, não é possível manter a qualidade do ensino e aprendizagem.
Neste aspecto, as ações desenvolvidas pelo PIBID/Arte envolvem o fazer docente em arte em seus aspectos teórico e metodológico. Tanto a inserção dos acadêmicos no ambiente escolar, quanto a investigação sobre o ensino de arte dentro da escola, permite a reflexão crítica sobre a prática docente dentro e fora da sala de aula, o repensar sobre os ranços educacionais, a análise da ação discente, a experimentação de metodologias, etc. Desta maneira, é possível pensar em uma formação para a práxis educacional.
Referências
CHAVES, S. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: uma experiência na formação, s/l, anais da ANPED, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra. São Paulo. 2007.
GRANJA, Carlos Eduardo de Souza Campos. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação. São Paulo: Escritura Editora, 2006.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Terezinha Telles M. Didática do ensino de arte: a língua do mundo, poetizar e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998
WUYTACK, J. PALHEIROS, G. B. Audição Musical Ativa, Livro do Professor. Associação Wuytack de Pedagogia Musical. Porto: 1995