Nos dias 8, 9 e 10 de setembro, algumas bolsistas estiveram
expondo trabalhos do PIBID Música na UNESP (Universidade Estadual de São Paulo)
durante o evento VI Semana de Educação Musical - IA UNESP, com o tema "Práticas
Criativas em Educação Musical como Fator de Desenvolvimento Humano".
O relato de experiência apresentado no evento foi o “Musica
com Tudo”, aplicado em 2013. Esse projeto aborda novos métodos do ensino da
musica nas escolas, trazendo não só a metodologia convencional, mas também
aquelas que envolvem um apreciar e fazer mais amplo por parte dos alunos. O
projeto mostra que é possível fazer e ensinar música com materiais
alternativos, ampliando assim o conhecimento dos alunos acerca do tema.
Segue
para conhecimento o pôster e o resumo apresentados no evento:
RESUMO EXPANDIDO:
EXPERIÊNCIAS COM O PIBID: FAZENDO MÚSICA COM TUDO
Gabriel Fonseca Rodrigues
(PIBID-UNICENTRO)
Jienefer Daiane Marek (PIBID-UNICENTRO)
Daiane Solange Stoeberl da Cunha (UNICENTRO).
Palavras-chave: Educação musical, Práticas criativas, Murray
Schafer
Introdução
O projeto de ensino que tem como título
“Fazendo música com tudo” destinou-se aos alunos dos Colégios Estaduais
Professora Leni Marlene Jacob e Bibiana Bitencourt, em Guarapuava/PR elaborado
pelo subprojeto do Programa de Incentivo e Bolsa de iniciação à Docência –
PIBID/ Música da Universidade Estadual do Centro-Oeste- Unicentro. Com o
objetivo de inserir a música na escola e promover um ensino criativo na
educação musical, desprovendo-se de métodos tecnicistas e tradicionais, o
projeto aborda o ensino musical de diversas formas, mostrando que é possível
criar música com instrumentos inusitados.
Metodologia
Os cinco módulos estruturados para o desenvolvimento do projeto proporciona aos alunos o estimulo a exploração dos sons, percepção e a criação musical, foi subdividido em: 1) Fazendo música com o corpo, onde o enfoque esteve na escuta dos sons produzidos corporalmente; 2) Fazendo música com instrumentos, este módulo possibilitou a experimentação de sonoridade convencional e não convencional do instrumental Orff/ Wuytack; 3) Fazendo música com o ambiente, proporcionou um momento de escuta atenta aos sons da paisagem sonora escolar, do trânsito e domiciliar; 4) Fazendo música com materiais alternativos os alunos foram estimulados a construir objetos sonoros com materiais recicláveis; 5) Fazendo música e artes visuais, teve como objetivo integrar as linguagens artísticas – sonora e visual – propostas de composição musical a partir de elementos visuais.
Desenvolvimento
A
educação musical é essencial para formação do ser humano, contribuindo para a
compreensão do mundo, para o desenvolvimento da comunicação, percepção sonora e
multissensorial. Atualmente a sociedade pressupõe um novo tipo de ensino de
arte, onde o ensino de música tradicional deixa de ser foco principal, para dar
lugar ao ensino de música através de outros meios, que não unicamente
instrumentos e partituras convencionais. Essa nova proposta de ensino musical
traz a necessidade de novas metodologias que acompanhem essas mudanças impostas
pela sociedade, suscitando que haja transformações no fazer artístico
relacionado às modificações sociais, tecnológicas e econômicas.
Dessa maneira o projeto do Pibid “Fazendo Musica com Tudo”,
aplicado no ano de 2013 nas escolas estaduais: Professora Leni Marlene Jacob e
Bibiana Bitencourt da cidade de Guarapuava – PR procura atender as exigências
metodológicas da educação musical no que se refere à música contemporânea
dentro do ambiente escolar. Esse projeto pretendeu vislumbrar novas
possibilidades de efetivação da educação musical escolar exigida pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.
A música é um conhecimento onde a percepção exerce um papel
central, e ela é extremamente fundamental ao ser humano. Sendo assim a inserção
da música dentro do ambiente escolar contribui proporcionando um
desenvolvimento perceptivo maior nos alunos. Dentro dessa perspectiva, um dos
meios de se trabalhar a música nas escolas é a utilização dos recursos
tecnológicos disponíveis, como computadores, celulares, Tv’s com entrada Pen
drive e também câmeras digitais. Com esses recursos à sua disposição, o
professor cria novas possibilidades de realizar novas vivências aos seus
alunos, com referências no que é produzido artisticamente na contemporaneidade.
Os meios
tecnológicos facilitam o acesso a informações de um modo geral, seja para
baixar programas, escutar músicas ou até mesmo compor, pois os acessos ao
computador à internet e aos softwares trazem acessibilidade a um repertório
musical mais amplo, possibilitando também a edição e criação musical. Com o
avanço da tecnologia, equipamentos de gravação de áudio, microfones e outros
equipamentos eletrônicos e digitais começaram a ser utilizados nas produções
musicais, o que proporcionou uma nova forma de criação, fazendo surgir o que
hoje chamamos de música eletroacústica.
Pode-se
entender a música eletroacústica, como a música criada em laboratório a qual se
utiliza de computadores, sintetizadores, interfaces e samples.
[...] a revolução tecnológica da comunicação e da informação afetou
diretamente não só os modos de reprodução musical, mas também a própria
produção musical [...] A experiência musical não é mais a mesma dos séculos
anteriores. Assim, é bastante pertinente o desenvolvimento de projetos que
explorem os recursos tecnológicos para a produção e apreciação musical
(programas de estúdio que possibilitem a combinação de diversos sons para
compor músicas [...] edição de músicas para produzir trilhas sonoras em filmes
e vídeos (GRANJA, 2006, p.113).
Sendo assim, a tecnologia
que se encontra disponível possibilita novas formas de criação musical, tanto
em sala de aula quanto fora dela, pois é um meio que está presente na vida da
maior parte dos alunos.
Considerações finais
A experiência musical centrada na exploração
timbrística possibilita ao aprendiz a ampliação da escuta de seu entorno, assim
como, a “limpeza dos ouvidos” para uma acuidade musical. A coletividade aliada
à uma certa transgressão do modelo tradicional de aula de música, se tornaram
possíveis nestas salas de aula em que a regra era: é proibido não-tocar!
Referências
CAZNOK, Yara
Borges. Música: entre o audível e o
visível. São Paulo: Editora UNESP, 2003.
MENDES,
Stenio. Percussão Corporal São Paulo,
2013. (Mimeo).
SCHAFER, M. Afinação
do mundo. 2 ed. São Paulo: UNESP, 2011.
______. O Ouvido Pensante. Trad. Maris
Fonterrada. São Paulo: Unesp, 2011.
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