quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O projeto “Guarapuava cara de quem?”: Trabalhando com a cultura regional através da Videodança

          O artigo desenvolvido pelas Pibidianas Carolina e Jessica juntamente com a professora supervisora Denise e pela coordenadora do PIBID música/ arte da UNICENTRO , foi aceito no evento IV SIEPE- Semana de Integração Ensino, pesquisa e Extensão. O artigo foi apresentado de forma oral que teve como auxilio slides que ajudaram na apresentação.

 Segue o resumo do artigo,  e os slides utilizados na apresentação:

O projeto “Guarapuava cara de quem?”:Trabalhando com a cultura regional através da Videodança



Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Arte/Guarapuava, PR.

LINGUISTICA, LETRAS E ARTES/ ARTES.

Palavras-chave: Música, videodança, ensino de arte, formação pedagógica.

Resumo:
O presente resumo pretende abordar o projeto de ensino, Guarapuava, cara de quem?  que ocorreu no segundo semestre do ano de 2014. O projeto foi elaborado a partir de estudos e vivências dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID – Música/Arte e implementado no Colégio Estadual Bibiana Bintencourt, em Guarapuava no Paraná. A pesquisa diagnóstica realizada junto aos alunos do colégio direcionou a definição do tema norteador do projeto, a Cultura Regional. Apresentam-se neste resumo dados relativos à aplicação do projeto em uma das turmas do colégio, na qual abordou-se a cultura regional através de processos criativos de videodança.

Introdução
            O relato aqui apresentado tem enfoque em possibilidades de atuação do PIBID na formação inicial e continuada de professores de arte. O projeto de música/Arte do segundo semestre de 2014 intitulado Guarapuava, cara de quem?[1]  Tem como focos principas a cultura regional de guarapuava e a música, porém o projeto não se detem somente nesta linguagem artista, ele visa abranger as  diferentes linguagens da arte. O projeto para os dois colégios participantes do subprojeto PIBD/Música, Colégio Leni Marlene Jacob e Bibiana Bitencourt, é único, porém os planos de aula são diferenciados conforme as turmas envolvidas. Para o nono ano da escola Bibiana foi decidido trabalhar o conteúdo do projeto através da Videodança.           Partindo de estudos sobre cultura regional compreende-se que ensinar arte regional, especificamente a da cidade de Guarapuava, local de realização do projeto, é extremamente necessário para o aprendizado do aluno, pois ele estará compreendendo histórias, lendas e fatos que o rodeiam. Nota-se que o conhecimento da cultura local reforça sua valorização.
Em tal acepção, projetamos a nós próprios nessas identidades culturais, à medida que internalizamos tais significados e valores, alinhando nossos sentimentos subjetivos com os lugares objetivos que ocupamos no mundo social e cultural em que vivemos. Ou seja, o mundo exterior é que estaria mudando, fragmentando o indivíduo, obrigando-o a assumir várias identidades. Com o agravante de que o ambiente em que vivemos agora é considerado provisório e variável. (MIRANDA, 2000, p.82)
            Por meio desse pensamento utilizamos a vídeodança para dar enfoque na valorização da cultura regional através de seu estudo e práticas artísticas que tiveram como poética a cidade de Guarapuava.

Ensino de videodança
            Videodança trata-se de uma linguagem onde a eternização da dança é levada em consideração. O vídeo é uma maneira de captar os movimentos e de eterniza-los, sendo eles memorizados em um ambiente externo a nossa memória corporal e intelectual. Mas a associação de dança e vídeo na videodança é diferente, não sendo apenas um registro das coreografias, mas sim uma nova possibilidade do artista de explorar movimentos, espaços, tempo e a percepção do público.
Nesse encontro de linguagens, a dança não deixa de ser dança para tornar-se vídeo, nem o vídeo deixa de ser vídeo para tornar-se dança. Pelo contrário, as singularidades de cada uma das linguagens são mantidas, porém, uma deixa se afetar pela outra na construção de uma nova linguagem, que também será singular, no sentido de que não será “Dança” nem “Vídeo”, mas “Videodança”. (CAMPELATTO; MESQUITA, 2014, p. 15)
            Não há uma definição específica e objetiva do que é um videodança, mas o que se sabe é que a videodança apresenta-se como um meio expressivo em que há a possibilidade de abordar diferentes níveis de realidade e que trabalham as especifidades de cada linguagem (cinema e dança).
Se as novas tecnologias abrem brechas para ruídos e usos alternativos das mídias, a videodança pode ser apontada como uma expressão que faz um uso criativo e resistente à espetacularização midiática, à medida que trabalha o corpo e o intelecto de forma integrada. Mais que o produto, o processo é absolutamente enriquecedor por desenvolver uma consciência do corpomídia, o corpo sendo e produzindo cultura. (NUNES, 2008, p.6)
                O videodança também direciona o olhar do espectador e aumenta o conceito da dança. Há uma desvinculação do corpo virtuosíssimo, assim como na dança contemporânea, e amplia as possibilidades de criação a partir de pequenos detalhes, usando assim como matéria prima o potencial expressivo que o corpo de qualquer ser humano possui.
Videodança uma Arte tecnológica
                Outro fator importante para se ressaltar, foi o uso das tecnologias para a realização da prática do projeto, já que a videodança é uma arte tecnológica, pois seu suporte é o vídeo. Diana Domingues (2001) em seu capítulo Tecnologias, produção artística e sensibilização dos sentidos, traz uma definição sobre arte tecnológica, sendo toda atividade ou prática denotada como artística que se serve das novas tecnologias, como meio em vista de um fim artístico.
            Não é de hoje que a linguagem artística se apropria dos novos conhecimentos e avanços da ciência e exatas, podemos perceber isso na origem do cinema, como arte trás o corpo que experimentou a velocidade, de uma forma sensível para a tela. Essas obras que se apoderavam das novas descobertas começam a estabelecer uma relação diferente entre a estética, poética e técnica, entre a imaginação do artista e os avanços das ciências e experimentações tecnológicas.
           
A cultura regional trabalhada através da Videodança.
            O foco do projeto, no nono ano do Colégio Bibiana Bitencourt, foi estimular os alunos à se expressar através da dança e da música, tendo como referência a sua cultura. Para a edição da música, os alunos utilizaram o programa de edição de áudio, Audacity, e utilizaram suas ferramentas para gerar efeitos e para modificar a músicas já conhecidas ou criando e editando suas próprias músicas, as quais foram produzidas a partir da paisagem sonora captada na região.
            O projeto se desenvolveu em três etapas: a primeira etapa consistiu em aulas de musicalização, baseadas no método de ensino ‘Lenga La Lenga: Jogos de mãos e copos’ (BEINEKE, 2006) e também na exploração dos sons produzidos com o corpo como instrumento musical através de percussão corporal, para que os alunos expandissem sua imaginação. Por meio da ampliação do repertorio musical dos alunos, buscou-se permitir uma maior aptidão para romper com a ideia de música tradicional, percebendo que através de captação de áudio (paisagem sonora) e manipulação, os alunos poderiam compor música.
            Na sequência, os alunos foram introduzidos teoricamente no que consistia uma videodança, quais são as diferenças entre videodança e vídeo de dança, sendo levados vários videodanças para debater o assunto. A segunda etapa do projeto foram realizadas aulas práticas de dança, nas quais os alunos, em grupos,  elaboraram pequenas frases de movimento, e assim explorou-se a gravação desses movimentos em diversos ângulos e espaços. Grande parte da gravação dos grupos aconteceu no ‘Parque do Rio Jordão’ que fica aproximadamente quinze minutos da escola. Os alunos foram levados ao parque Jordão acompanhados das pibidianas e da professora regente, de forma que ambas auxiliaram nas gravações.
            A terceira etapa foi a manipulação do vídeo e do áudio através dos softwares como Audacity e Moviemaker, essas manipulações ocorreram no laboratório de informática da escola. Os alunos exploraram as ferramentas desses programas aplicando vários efeitos através de acompanhamento nas aulas pelas pibidianas.

Conclusões
            Podemos notar durante as práticas realizadas pelos pibidianos na implementação do projeto Guarapuava- Cara de quem? no nono ano do Colégio Bibiana Bitencourt, que para trabalhar com a videodança temos que quebrar alguns tabus sobre a dança, que alguns alunos trazem consigo. Fazendo com que eles reflitam sobre dança através das aulas teóricas dialogando com os videos que abordam o mesmo tema, proporcionando uma visão ampla e profunda sobre videodança e sobre a própria arte, já que a videodança é um conjunto de linguagens artisticas. Um fator que dificultou à execução do projeto foi a produção final (videodança), que ficou para o último bimestre e como vários já estavam aprovados na disciplina, o interesse em realizar a proposta foi se reduzindo.
            A videodança proporcionou também aos alunos um conhecimento mais aprofundado sobre a cultura regional de Guarapuava, pela compreensão sobre a cultura onde estão inseridos. O projeto também possibilitou uma visita guiada aos pontos turísticos de Guarapuava, o que foi importante para a ampliação do conhecimento dos monumentos e pontos turísticos da cidade, por se tratar de alunos advindos, em sua maioria, da área rural.
            Como o projeto foi realizado com objetivo de realizar um trabalho interdisciplinar em relação às linguagens artísticas como a dança e música, os alunos tiveram contato com diferentes linguagens, através de metodologias diferenciadas: apreciação, performance e composição. Ressalta-se aqui a valorização do lúdico nas aulas, o que permitiu uma maior motivação por parte dos alunos. Em relação à formação profissional dos acadêmicos, objetivo do pibid, durante a aplicação do projeto adquirimos prática em sala de aula, assim como o aprendizado na elaboração de planos de aula, materiais didáticos, e auxílio na realização das tarefas do professor supervisor, como avaliação e registro. Essa experiência foi de grande valia, pois evidencia a rotina de um professor dentro e fora da escola, tornando assim o PIBID uma ferramenta de aprendizagem para os acadêmicos.

Agradecimentos
            Agradecemos a CNPq pelo apoio ao desenvolvimento deste trabalho através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Sem seu apoio essas esperiências não seriam vividas durante a graduação.

Referências
BEINEKE, Viviane; FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Lenga La Lenga: jogos de mãos e copos. 1° edição. São Paulo: Ciranda Cultural, 2006.
CAPELATTO, Igor. MESQUITA, Kamilla. Vídeodança. Guarapuava: Unicentro: 2014. Disponível em: http://dspace.unicentro.br:8080/bitstream/123456789/86/1/Videodan%C3%A7a.pdf Acesso em 01 nov 2014.
DOMINGUES, Diana. Tecnologias, produção artística e sensibilização dos sentidosIn: A Educação do Olhar no Ensino das Artes. Porto Alegre, Ed. Mediação, 2001.
NUNES, Ana Paula. Cultura e Midiatização na relação do Cinema com a Dança. Salvador: IV ENECULT, 2008. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14348.pdf Acesso em 01 nov 2014.
MIRANDA. Antonio. Sociedade da informação: globalização, identidade cultural e conteúdos. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 78-88, maio/ago. 2000. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a10v29n2.pdf Acesso em 25


[1] O titulo do projeto é baseado na canção Cara de quem? Composta pelo música Alexandre Santana, no Cd A traça do Mestre Graça na Terra do Visconde





Slides:










Autora da postagem: Carolina Siqueira.

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