MEU
BRASIL BRASILEIRO: UM PROJETO DE BRASILIDADE NAS AULAS DE ARTE NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
Ana
Luiza Bassani – PIBID/MÚSICA – UNICENTRO
aluizabassani@gmail.com
Jienefer
Daiane Marek – PIBID/MÚSICA – UNICENTRO
Isabel
C.R. Ramos – PIBID/MÚSICA – UNICENTRO
isabel.cristinarr@hotmail.com
Daiane
S.S. da Cunha – CAPES/UNESP
Resumo: O
seguinte resumo segue a modalidade de Relato de Experiência. O projeto tem foco na Música
Popular Brasileira e promove a compreensão e vivência dos alunos com a MPB. O
projeto foi desenvolvido em nove turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e
1º ano do Ensino Médio atingindo aproximadamente 270 alunos. Os bolsistas
acadêmicos de Licenciatura em Arte da Unicentro, em sua atuação no
PIBID/Música, elaboraram a construção, aplicação e avaliação deste projeto.
Destacamos as principais práticas e conteúdos abordados no projeto: História da
MPB, Música Popular Brasileira, Maxixe, Teatro de Revista, Samba, Bossa Nova,
Música de Protesto, Arte Engajada, História Artes Visuais, Colagem, a História
da dança, prática de Pau de Fitas, Tubos Percussivos, Canto, Arranjos e Estilos.
Palavras-chave: Música
Popular Brasileira; Ensino de Música; Interdisciplinaridade.
Introdução
O projeto de ensino “Meu Brasil
Brasileiro” foi construído pelos acadêmicos e professores do Subprojeto de
Música do Programa de Incentivo e Iniciação à Docência – PIBID, da Universidade
Estadual do Centro-Oeste – Unicentro, em Guarapuava no Paraná e foi
desenvolvido em dois colégios públicos desta cidade, participaram do projeto
alunos do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio. O principal objetivo deste
projeto foi desenvolver práticas artísticas interdisciplinarmente dentro da
sala de aula, de acordo com a lei Nº 13.276/16 que tornou a dança, as artes
visuais, o teatro e a música conteúdo obrigatório na educação básica, mas que,
a partir de relatos, tanto de alunos quanto de professores, ainda sente-se a
necessidade de maior valorização de conteúdos como a música. Sendo assim, o
projeto está sendo executado com a intersecção entre prática e teoria para
proporcionar maior vivência musical ao estudante. Buscando tratar de vertentes
não tão conhecidas pelos alunos, mas presente nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ, 2015), como Música Popular
Brasileira, assim como cumprir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Art. 26º. § 2º, para “[...] promover o desenvolvimento cultural dos
alunos” (BRASIL, 1996). Serão utilizadas nesse projeto outras linguagens
artísticas além da música, para maior compreensão do aluno como uma só Arte,
pois como argumentou Schafer (1991), a fragmentação dos sentidos resulta em
fragmentação da experiência. Esse projeto tem como foco a Música Popular
Brasileira e como princípio metodológico a vivência criativa como fundamento
para a ampliação de repertório artístico-musical.
O projeto que está
sendo executado tem como base o plano de ensino da aluna Isabel Cristina Rickli
Ramos para a matéria de estagio supervisionado obrigatório em arte para o
ensino fundamental no ano de 2015.
Metodologia
A partir da
Pedagogia dos Projetos, de Fernando Hernandez, em intersecção com a metodologia
triangular de Ana Mae Barbosa (2015), as aulas desse projeto estão sendo
executadas de forma a integrar contextualização, produção e apreciação, para
proporcionar vivência de modo a se entender a unidade em Arte.
As aulas propostas
nesse projeto dialogam em seus conteúdos e práticas, com momentos de criação e
apreciação de obras de artistas e de composição visual, dos próprios alunos.
Desenvolvimento
O projeto tem foco na Música Popular Brasileira e
promove a compreensão e vivência dos alunos com a MPB. O projeto foi
desenvolvido em nove turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do
Ensino Médio atingindo aproximadamente 270 alunos. Os bolsistas acadêmicos de
Licenciatura em Arte da Unicentro, em sua atuação no PIBID/Música, elaboraram a
construção, aplicação e avaliação deste projeto.
A MPB surgiu no fim do século XVIII, na era colonial
juntamente com a modinha, que cantava sobre amores impossíveis e o lundu, com
suas letras engraçadas e com duplo sentido. Logo em seguida, no século XIX,
surge o maxixe integralizado com o Teatro de Revista, que satirizada
acontecimentos da época tendo como principal compositora Chiquinha Gonzaga.
Já em
1880, no Rio de Janeiro, surge o choro, que mesmo tendo este nome, falavam de
temas alegres e agitadas, destaca-se o cantor Pixinguinha com sua banda “Os
Oito Batutas”. No início do século XX,
com a população mais pobre do Rio de Janeiro, surge o samba oriundo do
povo africano, que na época habitavam as regiões mais pobres da cidade. “[...] da música a base de percussão e de
palmas, produzida por esses negros chamadas batucada,
iria nascer o samba, palavra de origem africana (Angola e Congo), provavelmente
corruptela da palavra semba.” (ALBIN,
2004. p. 65).
Já no período situado entre a época de 1920 e 1930,
denominado Década de Ouro da MPB, surgiu o Rádio e com ele novos compositores e interpretes. Novos estilos
aparecem para romper com a estética apresentada pela MPB, como a Bossa Nova. Em
1964, com o fim dos “anos dourados” pelo Golpe Militar surgiu a música de
protesto, com o engajamento e o nacionalismo explicíto, nascendo assim a Jovem
Guarda.
Nas artes
visuais em 1893, destaca-se nas obras feitas no Brasil, a colagem, destancando
artistas como Carlos Scliar e Piza. A história da dança brasileira inicia-se
com os povos indígenas, e logo depois ocorre a invasão dos portugueses,
influenciando a cultura brasileira em suas diversas áreas, como por exemplo, a
dança do Pau de Fitas, que é uma dança folclórica e em sua prática utiliza-se
um suporte com várias fitas onde as pessoas dançam ao redor do mastro
trançando-as. Em agosto de 2013, chegou ao Brasil um instrumento peculiar, os
Boomwhackers (tubos percurssivos), através do pesquisador e arranjador Uirá
Kuhlmann, que criou um método inovador para a execução de músicas, através de
cartelas, como um jogo de prática instrumental, há variadas maneiras de
percutir os Boomwhackers.
Conclusões
O projeto possibilitou vivências criativas e ampliação
de repertórios artísticos brasileiros. As vivências proporcionaram o reconhecimento
da brasilidade na Arte e promoveram o entendimento das diferenças culturais que
existem em nosso país desde a era colonial até os dias de hoje, colocando o
aluno como ser ativo na produção e valorização da música brasileira.
Em relação às
práticas musicais desenvolvidas, destacamos a adaptação das melodias e arranjos
harmônicos de algumas canções para serem tocadas com tubos melódicos
percussivos e como o aluno estava presente ativamente nas atividades.
Referências
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil: realidade hoje e expectativas futuras.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v3n7/v3n7a10>.Acesso em: 21ago2015.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996.
HERNANDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Artemed.
2000.
KUHLMANN, Uirá. Música para Cartelas e Tubos Percussivos. São Paulo: Doremifabooks,
2015.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação
do. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica: Arte. Paraná, 2008.
SCHAFER, R. Murray. O Ouvido Pensante. São Paulo: Ed. Unesp, 1991.