A TECNOLOGIA COMO SUPORTE PARA O ENSINO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA EM SALA DE AULA
Resumo Expandido apresentado no XII Simpósio de Arte-Educação nos dia 03 a 07 de outubro de 2016 na Unicentro
Isabel Cristina
Rickli Ramos (PIBID-UNICENTRO)[1],
Larissa Damaris Lorena de Oliveira (PIBID-UNICENTRO)[2],
Daiane Solange Stoeberl da Cunha (CAPES/Unesp)[3],
Juliana Teixeira da Silva (PIBID-UNICENTRO)[4]
Palavras-chave: Educação musical. Arte e tecnologia.
Arte e ensino.
Introdução
O presente resumo apresenta um relato de
experiência do ensino de música contemporânea em sala de aula ministrado
através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), do
subprojeto Música da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO, na
cidade de Guarapuava –PR.
Utilizando a abordagem de ensino por
projetos, foi construído e desenvolvido pelos acadêmicos e professores do PIBID,
no ano de 2012, o projeto de ensino “Música e Tecnologia na Escola”, com
principal objetivo de investigar possibilidades metodológicas em educação
musical com o uso de novas tecnologias. Este projeto buscou apontar caminhos
possíveis para efetivação do ensino da música contemporânea na escola.
Em uma segunda edição do projeto, sendo
ele adaptado, foi ministrado a uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual Leni Marlene Jacob, a qual também faz parte do projeto do
Governo do Estado do Paraná denominado “Conectados”, no qual os alunos têm
contato com a tecnologia em sala de aula, com uso de tablets, projetores e caixas de som.
O Projeto
Construído com principal objetivo de
aproximar os alunos da escola pública ao repertório de música contemporânea –
eletroacústica – por meio de pesquisa sonora e processos criativos com o uso
dos equipamentos digitais disponíveis na escola, de posse dos alunos e das bolsistas
do PIBID. No desenvolvimento do projeto realizou-se apreciação de músicas
eletroacústicas e criação de repertório de música contemporânea criada por
meios eletrônicos, e houve ainda uma produção musical a partir de samples criados, captados e editados
pelos próprios alunos. Cada plano de aula objetivava estimular a escuta ativa e
a composição musical e a abordagem dos conteúdos curriculares de música.
Para a composição da música os próprios
alunos fizeram a captação de sons, utilizando aparelhos como os tablets, celulares, câmeras fotográficas
e de vídeo e gravadores. Já para a edição e manipulação de áudio, foi utilizado
o software livre Audacity® como a aplicação de efeitos, filtros, inserção de
tom, silêncio e ruídos, a manipulação de samples,
mixagem de músicas e composição experimental.
André Ramos, em sua monografia “A
Aplicação de Meios Eletrônicos no Ensino de Música” (2007), ao dizer que hoje
em dia o acesso a equipamentos tecnológicos é muito fácil, e financeiramente
acessível a grande parte da população. Entretanto, há ainda os que não têm esse
acesso, sendo então, a escola o lugar onde deveria ocorrer este encontro entre
o aprendiz e as novas tecnologias de informação, no caso os computadores e seus
aparatos. Neste contexto há o desafio de se ensinar música a partir do uso de
novas tecnologias. “[...] uma vez que a música é feita com auxilio de meios
eletrônicos, seja ela pop, funk, rap, hip-hop¸ etc. tem uma aceitação notória
entre a faixa etária dos estudantes” (2007, p.11). Além disso, os alunos
conseguem ter uma aproximação com a música, à composição, e ao aumento de
repertório. O projeto “Música e Tecnologia na Escola” apresentou um meio
possível para o uso de tecnologia para o ensino de música em sala de aula,
aproximando a música contemporânea dos alunos.
Carlos Granja, em seu livro “Musicalizando
a Escola” (2006), complementa ao dizer que “[...] a revolução tecnológica da
comunicação e da informação afetou diretamente não só os modos de reprodução
musical, mas também a própria produção musical [...]” (p.113), sendo assim o
projeto de ensino apresenta como é criada a música na contemporaneidade.
Apropriando-nos da definição de música de
SCHAFER (2011,p.35), que afirma: Música é a organização de sons e silêncio
(ritmo, melodia, etc) com a intenção de ser ouvida, pode-se trabalhar tanto com
metodologias musicais tradicionais, quanto contemporâneas, pois tanto a música
tonal quanto músicas de paisagem sonora, eletroacústica e arte sonora, em
geral, se encaixam nessa definição.
E com base nos textos e práticas propostos
por Daniel Puig (2012), na realização do projeto eletriCAp, que propunha em
oficinas uma experiência de utilização de meios eletrônicos para o ensino da
música em uma escola pública regular, e utilizava-se apenas de softwares livres
e fazendo uso de equipamentos acessíveis. Uns dos objetivos destas oficinas
são: difundir a informação e manter a criatividade em expansão. Fo então
proposto no projeto “Música e Tecnologia na Escola” experimentações diante das
propostas de composição musical utilizando o computador como recurso durante
estas práticas.
Considerações finais
Com esse projeto percebemos a
possibilidade didática de promover o ensino de música na escola pública por
meio da aprendizagem da música contemporânea e a vivência em processos
criativos com o uso de tecnologias digitais. Notamos que o contato com a música
eletrônica se tornou o elo de aproximação com a realidade dos alunos, pois eles
têm contato intenso com novas tecnologias, assim como com o repertório de
música pop eletrônica, a partir da qual foi possível despertar a motivação para
o fazer musical criativo e a ampliação do repertório musical na escuta e
manipulação de sonoridades atonais.
Referências
GRANJA, Carlos
Eduardo de Souza Campos. Musicalizando a
escola: música, conhecimento e educação, São Paulo:Escrituras Editora,
2006.
PUIG, Daniel. EletriCap - Relato de Experiência de
utilização de meios eletrônicos para a educação musical no Ensino Médio de uma
escola pública no Rio de Janeiro. 2012. 12p. Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFJR. Rio de Janeiro. Publicada nos anais da IV semana de Educação
Musical IA-UNESP e VIII Encontro Regional sudeste da ABEM. São Paulo:
IA-UNESP/ABEM, 2012. pp.224-233.
RAMOS, André. A aplicação de meios eletrônicos no Ensino
de música: Planejamentos e Aplicações de Estratégias Pedagógicas.
Monografia (Licenciatura Plena em Educação Artística – Habilitação em Música) –
Instituto Villa-Lobos, Centro de Letras e Artes: Universidade do Rio de Janeiro,
2007.
SCHAFER, M. Afinação do mundo. 2 ed. São Paulo:
UNESP, 2011.
[1] Acadêmico bolsista do
PIBID do 4º ano do curso de
graduação em Arte-Educação da UNICENTRO. isabel.cristinarr@hotmail.com
[2] Acadêmico bolsista do
PIBID do 2º ano do curso de
graduação em Arte-Educação da UNICENTRO. larissaalorenaoliveira@gmail.com
[3] Docente do
Departamento de Arte. Doutoranda em Música pela Unesp bolsista Capes. dai_flc@yahoo.com.br
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