VI ENALIC – Encontro Nacional da Licenciaturas
De 14 a 16
de dezembro de 2016 aconteceu o VI ENALIC – Encontro Nacional da Licenciaturas,
juntamente com o V Seminário Nacional do Pibid, o IV Encontro Nacional de
Coordenadores do PIBID e X Seminário Institucional PIBID PUC\PR. Os eventos
aconteceram na PUCPR, na cidade de Curitiba, PR e contaram com cerca de 2500
participantes de todo o país.
O evento
contou com palestras, mesas redondas, comunicações, rodas de conversa,
oficinas, exposições de produtos didático-pedagógicos e atividades culturais,
promovendo debate teórico, crítico e intercultural com vistas à formação e á
profissionalização do docente.
Nós do
PIBID/MUSICA Departamento de Arte da Unicentro estivemos lá, Representados pela
supervisora Andréia Martins apresentando o Projeto ARTE BRASILEIRA EM SALA DE AULA: O PIBID NA FORMAÇAO DOCENTE E
IDENTIDADE NACIONAL e pela Pibidiana Aline Canto que apresentou o Projeto DIDÁTICA
DA ARTE CONCEITUAL E DA ARTE SONORA? UM PROJETO DE ENSINO DO PIBID MÚSICA DA
UNICENTRO
Para mais informaçoes sobre o ENALIC vocês podem acessar o link do evento:
http://eventosunioeste.unioeste.br/index.php/apresentacao-enalic
ARTE BRASILEIRA EM SALA DE AULA: O PIBID NA FORMAÇAO
DOCENTE E IDENTIDADE NACIONAL
Andréia Martins
Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem
Agência Financiadora: CAPES/PIBID
Resumo
O
presente relato apresenta dados sobre o projeto de ensino de arte realizado
pelo projeto PIBID/Música da Universidade XXX no ano de 2016 nos colégios da
rede estadual de ensino XXX e XXX. A escolha metodológica centrou-se em aulas
dialogadas e práticas criativas nas diferentes linguagens artísticas, com
momentos de criação e apreciação de obras de artistas e de composição, dos
próprios alunos. Schafer (1991) argumenta que, a fragmentação dos sentidos
resulta em fragmentação da experiência, assim o projeto foi executado visando à
articulação das manifestações musicais, cênicas e visuais para proporcionar
maior vivência artística aos estudantes no que tange à Arte Popular Brasileira,
com enfoque na Música Popular Brasileira (MPB) conteúdo presente nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (DCE’s) do Estado do Paraná (PARANÁ, 2015). A
MPB foi abordada na relação com outras linguagens artísticas visando
proporcionar compreensão e vivência artística interdisciplinar sobre cultura
popular brasileira por meio da apreciação, composição e performance. O projeto
de ensino foi realizado em 10 turmas de séries finais do ensino fundamental nas
quais o PIBID desenvolve seus trabalhos: envolvendo aproximadamente 300 alunos de
oitavos e nonos anos. Foram elaborados dezesseis planos de aula para 2
horas/aula semanais, assim o projeto teve duração de dois meses. Os
planejamentos das aulas abordam os seguintes conteúdos: o Gosto Musical e a MPB, Teatro de Revista, Nova MPB, Danças
Brasileiras, Pau de Fitas, Composição Musical, Percussão Instrumental e
alternativa. Em sua primeira fase o projeto priorizou aulas dialogadas sobre o gosto
pela MPB e outros ritmos de música, bem como a História da MPB. Para isso, foi
importante contextualizar historicamente a MPB desde o fim do século XVIII,
ainda na era colonial, quando surgiu a modinha, e o lundu. No fim do século
XIX, surge o maxixe, músicas para teatros, como o Teatro de Revista. Por volta
de 1880, no Rio de Janeiro, surge o choro. Já no início do século XX, com a
população mais pobre do Rio de Janeiro, “[...] da música a base de percussão e
de palmas, produzida por esses negros chamadas batucada” nasceu o samba.” (ALBIN, 2004. p. 65). Na “Década de Ouro
da MPB” (1920-1930), surgiu o rádio, que a cada mês, demandava de novas músicas,
compositores e intérpretes.” (ALBIN, 2004, p. 81). Com o fim dos “anos
dourados” pelo Golpe Militar de 1964, “[...] o que se viu foi um nó cego que só
indicava a perturbação do atraso das elites dirigentes [...]”. (ALBIN, 2004. p.
269). Foi então que nasceu a Jovem Guarda. E ainda a nova MPB, se tratando dos
artistas da atualidade como Seu Jorge, Maria Gadú entre outros citados pelos
alunos. O projeto destaca a história da MPB, no entanto percebeu-se a
relevância de tratar e vivenciar a dança brasileira, que teve sua história
paralelamente ligada à música. Para isso buscou-se trabalhar com a dança do Pau
de Fitas, típica de várias regiões do Brasil, de origem portuguesa tem em sua essência a coreografia na
qual os participantes dançam ao redor de
um mastro, que possui fitas presas no seu topo, semelhante a uma ciranda
(SECRETARIA DA CULTURA, 2016). Nesta etapa do projeto, o desenvolvimento de aulas
práticas com a dança do Pau de Fitas, despertou um envolvimento dos Na
sequência, desenvolveu-se o fazer
musical por meio de performances percussivas, das quais destaca-se o trabalho
com os tubos percussivos melódicos. O repertório interpretado foi de cantigas
tradicionais do folclore brasileiro. Ressalta-se aqui a presença do lúdico
enquanto metodologia de ensino que promoveu a aprendizagem significativa, por
meio do brincar, ouvir, experimentar, executar e musicalizar. Como referencial
teórico para a construção do pensamento docente no planejamento do projeto de
ensino, decidiu-se partir da Pedagogia dos Projetos, de Fernando
Hernandez (2000), em intersecção com a metodologia triangular (BARBOSA,2015). E
ainda, vale ressaltar que as leituras e estudo sobre práticas criativas no
ensino musical suscitaram mudanças na ostura docente. Segundo o moderno educador canadense Murray Schafer (2011), “[...] a
música nos eleva, transportando-nos de um estado vegetativo para uma vida
vibrante [...] o universo vibra com milhões de ritmos, e o homem pode
treinar-se para sentir as pulsações”. No projeto Meu Brasil Brasileiro,
percebemos algumas dificuldades no decorrer das aulas, em circunstâncias que não
permitiam seu melhor aproveitamento, como por exemplo, a dificuldade de
interpretação dos alunos, pois em atividades de escrita os alunos apresentaram
muitos erros ortográficos e principalmente falta de coesão. Outro aspecto foi o
da infraestrutura, durante as aulas práticas da dança do pau de fitas, para as
quais foi necessário fazer uso do mastro da rede de vôlei e utilizar junto com
aulas de educação física. Outro aspecto
revelou a limitação dos alunos quanto ao conteúdo de música popular. Notou-se
falta de profundidade intelectual dos alunos para compreender o conteúdo da
forma que foi abordado. Os alunos precisariam de um maior tempo dedicado a esse
conteúdo e mais atividades práticas para que o entendimento acontecesse de
forma mais eficaz. No entanto, é relevante destacarmos os aspectos positivos
resultantes deste projeto, o desenvolvimento das atividades práticas durante as
execuções, revelou a capacidade de pensar seus próprios conceitos e através
destes desenvolver a concentração. Muito
se tem falado a respeito do papel da música na melhoria do rendimento acadêmico
de estudantes, aquilo que parecia
que não se interessariam ao ponto de não realizarem como na dança do pau de
fitas, ou mesmo a percussão, foi um momento de aprendizagem satisfatória. Proporcionou-se
também uma rica experiência aos bolsistas acadêmicos, supervisores e à
coordenação de área do projeto do PIBID, principalmente no que concerne à estar
no espaço escolar e vivenciá-lo ativamente e como foco de reflexão e formação.
São nestas instituições, as escolas, que os acadêmicos que ainda estão em
formação docente universitária alcançam oportunidades de crescimento
qualitativo quanto à carreira docente, criando novos repertórios de ensino
através de investigações e pesquisas de conteúdos. E ainda a qualificação do
professor supervisor, onde o Pibid se constitui num programa de formação permanente.
Em relato, as professoras supervisoras deste projeto afirmam: “Crescemos
juntos, compartilhando experiências, analisando os objetivos atingidos e os não
atingidos analisando o que é necessário para melhorar. Foi gratificante ver as
reações dos alunos a cada nova experiência, os conteúdos abordados servirão de
repertório para nossa docência.”. Com este projeto, ressaltamos a indescritível
e incontável força exercida pelo PIBID enquanto programa nacional inigualável:
formando docentes, qualificando a educação e desenvolvendo identidade nacional.
Palavras-chave: Música Popular Brasileira, Arte Brasileira, Ensino de Arte,
Danças Brasileiras, Formação Docente.
Referências
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2004.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil: realidade hoje
e expectativas futuras. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v3n7/v3n7a10>.Acesso em: 21ago2015.
HERNANDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto
de trabalho. Artemed. 2000.
PARANÁ,
Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica: Arte. Paraná, 2008.
SCHAFER,
R. Murray. O Ouvido Pensante. São
Paulo: Ed. Unesp, 1991.
SECRETARIA DA CULTURA. Dança da Fita. Alagoas. Disponível em:
Acesso em: 15 abr. 2016.
PROCESSOS
CRIATIVOS NAS AULAS DE ARTE: VIVENCIANDO O ENTRECRUZAMENTO DAS LINGUAGENS
VISUAL E MUSICAL
Processo de Ensino e Aprendizagem:
PIBID/CAPES
Resumo
Este
resumo apresenta o projeto de ensino desenvolvido por acadêmicos bolsistas do
PIBID/ Música da XXXXXXXX denominado ConSom. O desenvolvimento deste projeto
envolveu os acadêmicos, as supervisoras e a coordenação do projeto nas suas
diferentes etapas: planejamento, aplicação e avaliação, durante o ano letivo de
2015 em dois colégios da rede estadual de ensino da cidade de XXX: Colégio XXX e Colégio XXX. O surgimento do tema do projeto se deu pela
necessidade de se trabalhar com arte contemporânea na escola, discutir temas do
século XXI, envolvendo a realidade em que os alunos estão inseridos e trazendo-o
para uma reflexão sobre os acontecimentos atuais do mundo. Com o objetivo de
abordar o entrecruzamento das linguagens artísticas por meio da criação, assim
como tendo como intencionalidade despertar nos alunos a reflexão crítica e
expressividade artística por meio da construção de poéticas sobre o cotidiano, assim,
optou-se por evidenciar duas manifestações artísticas: a arte conceitual e a
arte sonora. Num rompimento de fronteiras, o cruzamento de áreas de
conhecimento, composições artísticas que integram elementos visuais, sonoros e
cênicos). A realidade do ensino de arte na escola pública atrelada à cultura
dos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem suscita ações pedagógicas
que promovam o desenvolvimento integral: saber inteligível e o saber sensível
(DUARTE JR., 2015). Neste sentido, na realização deste projeto notou-se a ação
reflexiva e ativa dos alunos envolvidos, pois o trabalho com a Arte Conceitual proporciona
questionamentos, deste modo desenvolve pensamento crítico. Observou-se que a
intenção de introduzir a arte conceitual no espaço escolar possibilitou aos
alunos questionar, discutir e promover reflexões sobre inúmeros conceitos e
paradigmas: o que é arte? O que pode ser arte? Qual tipo de arte está sendo
produzida nos dias de hoje? O chamamos de arte contemporânea? Como consequência
do desenvolvimento destes questionamentos desenvolveram-se processos criativos
coletivos. Sendo a arte conceitual aquela que tem seu foco principal o conceito,
apropria-se do cotidiano buscando ressignificar conceitos e, dedicar um maior
valor a ideia da obra e não a sua estética, ou técnica, a arte sonora
transcende os modelos tradicionais de artes visuais e da música, buscando novas
ideias e novos objetos artísticos (ANDREI, 2008). Na Arte Sonora inicia-se um
processo de hibridização dos elementos: imagem, tempo, som e espaço, assim como
elementos extra musicais, como a visualidade, a plasticidade da obra, o diálogo
entre obra e ambiente e a performance (CAMPEZATO; IAZZETTA, 2006). Portanto, o
projeto ConSom, título que se origina dos temas do projeto: a sílaba inicial
“con” da palavra Conceitual, referindo-se a Arte Conceitual, e a palavra Som
referindo-se ao enfoque primordial da arte sonora. O projeto de ensino foi
planejado para turmas de séries finais do ensino fundamental e ensino médio nas
quais o PIBID desenvolve seus trabalhos, com foco nas práticas desenvolvidas
pelos bolsistas nas turmas de sétimos anos do XXX e oitavos anos do Colégio XXX,
no total foram 11 turmas que participaram do projeto, totalizando cerca de 330
alunos participantes. O projeto foi realizado nas aulas de arte durante 20
horas/aula, nas quais colocou-se em prática os 10 planos de aula elaborados
coletivamente pelos bolsistas. Os planos de aula apresentam: objetivos, metodologia,
contextualização teórica, recursos, avaliação, sendo que o percurso
metodológico percorreu desde a abordagem dos conceitos, apreciação e ampliação
de repertório dos alunos, produção e exposição das obras. Os planos foram
aplicados igualmente para todas as turmas envolvidas no projeto, com pequenas flexibilizações
metodológicas necessárias diante das características particulares das turmas e
dos licenciandos.O projeto de ensino ConSom: uma didática da arte sonora e
conceitual, contou com uma metodologia totalmente baseada na participação ativa
dos alunos durante o desenvolvimento do projeto, com métodos e atividades
didáticas que fossem mais atraentes para a construção do conhecimento, por isso
durante os dez planos de aula, o diálogo e a participação ativa dos alunos
sempre foram valorizados. Em sua primeira fase, o projeto priorizou aulas
dialogadas sobre o que é Arte Conceitual e Arte Sonora. Os recursos utilizados
nestas aulas foram imagens, vídeos e slides, de modo que ao utilizar esses
recursos os alunos tivessem a possibilidade de conhecer sobre o conteúdo
tratado em cada aula, além de sair daquela metodologia tradicional onde o
professor transmite o conhecimento somente a partir de textos e o aluno apenas
repete o que lhe está sendo passado. Durante o desenvolvimento destas
atividades os alunos deveriam investigar, explorar, manipular e criar
composições a partir de materiais que estão presentes no cotidiano, tendo como referência
artistas sonoros brasileiros e internacionais como exemplo Walter Smeták e o
grupo Chelpa Ferro. O ápice deste projeto foi o processo criativo de uma Escultura
Sonora, etapa esta que, despertou bastante interesse dos alunos, na construção
das esculturas sonoras no que diz respeito a investigar materiais que poderiam
ser utilizados, de que forma esses materiais seriam trabalhados, quais
conceitos fundamentariam a abordagem conceitual. Houve também o desenvolvimento da integração
do que já haviam aprendido como conteúdo abordado durante o projeto como por
exemplo: escolher uma poética, investigar que elementos da música poderiam ser
investigados na manipulação das esculturas sonoras, a investigação do espaço
que utilizariam, os limites e possibilidades de espaços externos ou internos da
escola, a adequação dos suportes destas esculturas sonoras, entre outros
aspectos. Percebemos neste processo que os alunos se envolveram de forma intensa
na criação, tanto nos momentos de investigação e produção destes trabalhos, quanto
no momento da exposição, colocando em prática os conteúdos abordados durante as
aulas, inclusive em relação aos saberes sensíveis. Com o desenvolvimento deste
projeto, é possível destacar a aprendizagem dos alunos da educação básica – que
aprenderam e criaram arte sonora e conceitual- assim como, é possível destacar
a aprendizagem dos acadêmicos bolsistas do Pibid – que aprenderam ao ensinar arte
sonora e conceitual. Nos é pertinente, e necessário, ressaltar aqui alguns
aspectos à respeito do papel essencial do Programa - PIBID - onde adquirem experiência, testam metodologias
inovadoras, e nas escolas, instituições que os acadêmicos que ainda estão em
formação docente universitária alcançam oportunidades de crescimento
qualitativo quanto à carreira docente, criando novos repertórios de ensino
através de investigações e pesquisas de pedagógicas. Esta construção de conhecimento
possibilita aos sujeitos envolvidos – alunos da educação básica, acadêmicos do
ensino superior, professores recém-formados e professores universitários - novos horizontes na caminhada pela busca de
saberes.
Palavras-chave: Artes Integradas. Interdisciplinaridade. Formação Docente.
Educação Musical.
Referências
ANDREI, Christiane de Brito. A Arte Conceitual e o
Espectador. 2008. 92 p. Dissertação (mestrado) – Universidade do estado do Rio de
Janeiro, Instituto de Artes, 2008. Disponível em http://livros01.livrosgratis.com.br/cp080927.pdf.
Acesso em 20/04/2015.
CAMPESATO, Lílian; IAZZETTA, Fernando. Som, Espaço e
Tempo na arte Sonora. XV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-graduação em Música (ANPPOM). Brasília, 2006.
DUARTE JR, João Francisco. O sentido dos sentidos: a
educação (do) sensível (tese dedoutorado).Disponívelem:http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000211363&fd=y.
Acesso: 04 dez 2015.
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