EXPERIÊNCIAS
PEDAGÓGICAS DO PIBID FAZENDO MÚSICA COM TUDO
Gabriel Fonseca
Rodrigues[1]
(PIBID-UNICENTRO), Jienefer Daiane Marek[2]
(PIBID-UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha[3]
(CAPES/ Unesp - UNICENTRO).
Palavras-chave: Educação musical. Práticas criativas.
Murray Schafer
Introdução
O projeto de ensino intitulado “Fazendo
música com tudo” destinou-se aos alunos dos Colégios Estaduais Professora Leni
Marlene Jacob e Bibiana Bitencourt, em Guarapuava/PR elaborado pelo subprojeto
do Programa de Incentivo e Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/
Música vinculado à Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro. O projeto
tem como justificativa a educação musical, pois é essencial para formação do
ser humano, contribuindo para a compreensão do mundo, para o desenvolvimento da
comunicação, percepção sonora e multissensorial. Com o objetivo de inserir a
música na escola e promover um ensino criativo na educação musical,
desprovendo-se de métodos tecnicistas e tradicionais. O projeto foi separado em
cinco módulos intitulados: Fazendo música com o corpo; Fazendo música com
instrumentos; Fazendo música com o ambiente;
Fazendo música com materiais alternativos; Fazendo música e artes visuais.
Desenvolvimento
A
educação musical é essencial para formação do ser humano, contribuindo para a
compreensão do mundo, para o desenvolvimento da comunicação, percepção sonora e
multissensorial. Nossa atual sociedade pressupõe um novo tipo de ensino de
arte, no qual as práticas pedagógicas tecnicistas, instrumentais e reprodutoras
deixam de ser foco principal, para dar lugar ao ensino ativo, criativo. Assim,
a educação musical volta-se para o amplo repertório musical da atualidade:
música experimental, eletroacústica, arte sonora, que não unicamente
instrumentos e partituras convencionais. E essa nova proposta de ensino musical
vem com a necessidade de novas metodologias que acompanhem essas mudanças estéticas,
suscitando que haja transformações no fazer artístico-pedagógico relacionado às
modificações sociais, tecnológicas e econômicas.
Dessa maneira o projeto do Pibid “Fazendo Musica com Tudo”,
aplicado no ano de 2013 nas escolas estaduais: Professora Leni Marlene Jacob e
Bibiana Bitencourt da cidade de Guarapuava – PR procura atender as exigências
metodológicas da educação musical no que se refere à música contemporânea
dentro do ambiente escolar. Esse projeto pretendeu vislumbrar novas
possibilidades de efetivação da educação musical escolar exigida pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.
A música é um conhecimento em que a percepção exerce um papel
central e é fundamental ao ser humano, e dentro do ambiente escolar a inserção
da música contribui para proporcionar um desenvolvimento perceptivo maior nos
alunos. Dentro dessa perspectiva, um dos meios de se trabalhar a música nas
escolas é a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, como
computadores, celulares, Tv’s com entrada Pen drive e também câmeras digitais.
Com esses recursos à sua disposição, o professor cria novas possibilidades de
realizar novas vivências aos seus alunos, com referências no que é produzido
artisticamente na contemporaneidade.
Os
meios tecnológicos facilitam o acesso a informações de um modo geral, seja para
baixar programas, escutar músicas ou até mesmo compor, pois os acessos ao
computador à internet e aos softwares trazem acessibilidade a um repertório
musical mais amplo, possibilitando também a edição e criação musical. Com o
avanço da tecnologia, equipamentos de gravação de áudio, microfones e outros
equipamentos eletrônicos e digitais começaram a ser utilizado nas produções
musicais, o que proporcionou uma nova forma de criação, fazendo surgindo a
música eletroacústica, a experimental, a arte sonora e tantas outras
manifestações sonoras que ampliam as possibilidades de criação a partir da
matéria prima original da música: o som.
[...] a revolução tecnológica da comunicação e da
informação afetou diretamente não só os modos de reprodução musical, mas também
a própria produção musical [...] A experiência musical não é mais a mesma dos
séculos anteriores. Assim, é bastante pertinente o desenvolvimento de projetos
que explorem os recursos tecnológicos para a produção e apreciação musical
(programas de estúdio que possibilitem a combinação de diversos sons para
compor músicas [...] edição de músicas para produzir trilhas sonoras em filmes
e vídeos) (GRANJA, 2006, p.113).
Metodologia
O projeto foi desenvolvido nas turmas de 7°, 8° e 9° anos do
Ensino Fundamental e 1° do Ensino Médio, durante o 2° bimestre escolar. Sua
estrutura metodológica foi organizada em módulos, que tem como eixo principal
as práticas criativas com a utilização de diferentes “instrumentos musicais”,
cada módulo contém quatro aulas abordando o ensino da
música, a composição e apreciação por caminhos diferentes. Ao decorrer das quatro aulas de cada módulo, os alunos foram motivados
a fazer música com uma categoria de suportes tecnológicos. Assim, a metodologia
consistiu na escuta atenta, na exploração sonora, classificação dos sons,
seleção e composição coletiva por improvisação instantânea ou com
gravação/registro em partitura não convencional.
Os cinco módulos estruturados para o
desenvolvimento do projeto proporcionaram aos alunos o estímulo à exploração
dos sons, percepção e a criação musical, foi subdividido em: 1) Fazendo música
com o corpo, onde o enfoque esteve na escuta dos sons produzidos corporalmente;
2) Fazendo música com instrumentos, este módulo possibilitou a experimentação
de sonoridade convencional e não convencional do instrumental Orff/ Wuytack; 3) Fazendo
música com o ambiente, proporcionou um momento de escuta atenta aos sons da
paisagem sonora escolar, do trânsito e domiciliar; 4) Fazendo música com
materiais alternativos os alunos foram estimulados a construir objetos sonoros
com materiais recicláveis; 5) Fazendo música e artes visuais, teve como objetivo
integrar as linguagens artísticas – sonora e visual – propostas de composição
musical a partir de elementos visuais.
Considerações
finais
Ao utilizar essa metodologia estruturada
em módulos, possibilitou que os alunos tivessem maior compreensão acerca de
cada assunto abordado e que pudessem perceber os sons presentes no seu
cotidiano. Dessa forma todos eram capazes de apreciar e produzir música,
independente de qual método de composição eles utilizariam. Tem-se a
consciência de que nem todos os alunos possuem um conhecimento apurado de
musica em seu método convencional, diante dessa questão projeto propõe essa
possibilidade de aprendizado dinâmico na educação musical.
Ao trabalhar com diversos materiais para
compor música, o aluno vive uma experiência que possibilita a compreensão do
conteúdo com mais facilidade, agregando um conhecimento empírico acerca do
assunto, pois música aprende-se na teoria, mas produz-se na prática.
A experiência musical centrada na
exploração timbrística possibilita ao aprendiz a ampliação da escuta de seu
entorno, assim como, a “limpeza dos ouvidos” para uma acuidade musical. A
coletividade aliada à uma certa transgressão do modelo tradicional de aula de
música, se tornaram possíveis nestas salas de aula em que a regra era: é
proibido não-tocar!
Referências
CAZNOK,
Yara Borges. Música: entre o audível
e o visível. São Paulo: Editora UNESP, 2003.
MENDES,
Stenio. Percussão Corporal. São
Paulo, 2013. (Mimeo).
SCHAFER, M.
Afinação do mundo. 2 ed. São Paulo: UNESP, 2011.
______.
O Ouvido Pensante. Trad. Maris
Fonterrada. São Paulo: Unesp, 2011.
[1] Acadêmico do 4°
ano do curso de graduação em Arte-Educação da Universidade Estadual do
Centro-Oeste – UNICENTRO. gabrielfonsecarodrigues@hotmail.com
[2] Acadêmica do 2°
ano do curso de graduação em Arte
da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. jienefer97marek@gmail.com
[3] Doutoranda em Música pela
Unesp e professora do
Departamento de Arte-Educação da Universidade
Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. daí_flc@hotmail.com
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