sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO PIBID FAZENDO MÚSICA COM TUDO (XII Simpósio de Arte-Educação)

EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO PIBID FAZENDO MÚSICA COM TUDO
Gabriel Fonseca Rodrigues[1] (PIBID-UNICENTRO), Jienefer Daiane Marek[2] (PIBID-UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha[3] (CAPES/ Unesp - UNICENTRO).
Palavras-chave: Educação musical. Práticas criativas. Murray Schafer
Introdução
O projeto de ensino intitulado “Fazendo música com tudo” destinou-se aos alunos dos Colégios Estaduais Professora Leni Marlene Jacob e Bibiana Bitencourt, em Guarapuava/PR elaborado pelo subprojeto do Programa de Incentivo e Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/ Música vinculado à Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro. O projeto tem como justificativa a educação musical, pois é essencial para formação do ser humano, contribuindo para a compreensão do mundo, para o desenvolvimento da comunicação, percepção sonora e multissensorial. Com o objetivo de inserir a música na escola e promover um ensino criativo na educação musical, desprovendo-se de métodos tecnicistas e tradicionais. O projeto foi separado em cinco módulos intitulados: Fazendo música com o corpo; Fazendo música com instrumentos; Fazendo música com o ambiente; Fazendo música com materiais alternativos; Fazendo música e artes visuais.
Desenvolvimento
A educação musical é essencial para formação do ser humano, contribuindo para a compreensão do mundo, para o desenvolvimento da comunicação, percepção sonora e multissensorial. Nossa atual sociedade pressupõe um novo tipo de ensino de arte, no qual as práticas pedagógicas tecnicistas, instrumentais e reprodutoras deixam de ser foco principal, para dar lugar ao ensino ativo, criativo. Assim, a educação musical volta-se para o amplo repertório musical da atualidade: música experimental, eletroacústica, arte sonora, que não unicamente instrumentos e partituras convencionais. E essa nova proposta de ensino musical vem com a necessidade de novas metodologias que acompanhem essas mudanças estéticas, suscitando que haja transformações no fazer artístico-pedagógico relacionado às modificações sociais, tecnológicas e econômicas.
Dessa maneira o projeto do Pibid “Fazendo Musica com Tudo”, aplicado no ano de 2013 nas escolas estaduais: Professora Leni Marlene Jacob e Bibiana Bitencourt da cidade de Guarapuava – PR procura atender as exigências metodológicas da educação musical no que se refere à música contemporânea dentro do ambiente escolar. Esse projeto pretendeu vislumbrar novas possibilidades de efetivação da educação musical escolar exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.
A música é um conhecimento em que a percepção exerce um papel central e é fundamental ao ser humano, e dentro do ambiente escolar a inserção da música contribui para proporcionar um desenvolvimento perceptivo maior nos alunos. Dentro dessa perspectiva, um dos meios de se trabalhar a música nas escolas é a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, como computadores, celulares, Tv’s com entrada Pen drive e também câmeras digitais. Com esses recursos à sua disposição, o professor cria novas possibilidades de realizar novas vivências aos seus alunos, com referências no que é produzido artisticamente na contemporaneidade.
Os meios tecnológicos facilitam o acesso a informações de um modo geral, seja para baixar programas, escutar músicas ou até mesmo compor, pois os acessos ao computador à internet e aos softwares trazem acessibilidade a um repertório musical mais amplo, possibilitando também a edição e criação musical. Com o avanço da tecnologia, equipamentos de gravação de áudio, microfones e outros equipamentos eletrônicos e digitais começaram a ser utilizado nas produções musicais, o que proporcionou uma nova forma de criação, fazendo surgindo a música eletroacústica, a experimental, a arte sonora e tantas outras manifestações sonoras que ampliam as possibilidades de criação a partir da matéria prima original da música: o som.
[...] a revolução tecnológica da comunicação e da informação afetou diretamente não só os modos de reprodução musical, mas também a própria produção musical [...] A experiência musical não é mais a mesma dos séculos anteriores. Assim, é bastante pertinente o desenvolvimento de projetos que explorem os recursos tecnológicos para a produção e apreciação musical (programas de estúdio que possibilitem a combinação de diversos sons para compor músicas [...] edição de músicas para produzir trilhas sonoras em filmes e vídeos) (GRANJA, 2006, p.113).
Metodologia
O projeto foi desenvolvido nas turmas de 7°, 8° e 9° anos do Ensino Fundamental e 1° do Ensino Médio, durante o 2° bimestre escolar. Sua estrutura metodológica foi organizada em módulos, que tem como eixo principal as práticas criativas com a utilização de diferentes “instrumentos musicais”, cada módulo contém quatro aulas abordando o ensino da música, a composição e apreciação por caminhos diferentes. Ao decorrer das quatro aulas de cada módulo, os alunos foram motivados a fazer música com uma categoria de suportes tecnológicos. Assim, a metodologia consistiu na escuta atenta, na exploração sonora, classificação dos sons, seleção e composição coletiva por improvisação instantânea ou com gravação/registro em partitura não convencional.
Os cinco módulos estruturados para o desenvolvimento do projeto proporcionaram aos alunos o estímulo à exploração dos sons, percepção e a criação musical, foi subdividido em: 1) Fazendo música com o corpo, onde o enfoque esteve na escuta dos sons produzidos corporalmente; 2) Fazendo música com instrumentos, este módulo possibilitou a experimentação de sonoridade convencional e não convencional do instrumental Orff/ Wuytack; 3) Fazendo música com o ambiente, proporcionou um momento de escuta atenta aos sons da paisagem sonora escolar, do trânsito e domiciliar; 4) Fazendo música com materiais alternativos os alunos foram estimulados a construir objetos sonoros com materiais recicláveis; 5) Fazendo música e artes visuais, teve como objetivo integrar as linguagens artísticas – sonora e visual – propostas de composição musical a partir de elementos visuais.
Considerações finais
Ao utilizar essa metodologia estruturada em módulos, possibilitou que os alunos tivessem maior compreensão acerca de cada assunto abordado e que pudessem perceber os sons presentes no seu cotidiano. Dessa forma todos eram capazes de apreciar e produzir música, independente de qual método de composição eles utilizariam. Tem-se a consciência de que nem todos os alunos possuem um conhecimento apurado de musica em seu método convencional, diante dessa questão projeto propõe essa possibilidade de aprendizado dinâmico na educação musical.
Ao trabalhar com diversos materiais para compor música, o aluno vive uma experiência que possibilita a compreensão do conteúdo com mais facilidade, agregando um conhecimento empírico acerca do assunto, pois música aprende-se na teoria, mas produz-se na prática.
A experiência musical centrada na exploração timbrística possibilita ao aprendiz a ampliação da escuta de seu entorno, assim como, a “limpeza dos ouvidos” para uma acuidade musical. A coletividade aliada à uma certa transgressão do modelo tradicional de aula de música, se tornaram possíveis nestas salas de aula em que a regra era: é proibido não-tocar!
Referências
CAZNOK, Yara Borges. Música: entre o audível e o visível. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

MENDES, Stenio. Percussão Corporal. São Paulo, 2013. (Mimeo).

SCHAFER, M. Afinação do mundo. 2 ed. São Paulo: UNESP, 2011.

______. O Ouvido Pensante. Trad. Maris Fonterrada. São Paulo: Unesp, 2011.




[1] Acadêmico do 4° ano do curso de graduação em Arte-Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. gabrielfonsecarodrigues@hotmail.com
[2] Acadêmica do 2° ano do curso de graduação em Arte da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. jienefer97marek@gmail.com
[3] Doutoranda em Música pela Unesp e professora do Departamento de Arte-Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. daí_flc@hotmail.com








Nenhum comentário:

Postar um comentário