domingo, 7 de junho de 2015

Vermelho como o Céu (Rosso come il Cielo)


O drama baseado em fatos reais da vida de um renomado editor de som da industria cinematográfica italiana,  Mirco Mencacci, que com 10 anos sofreu um acidente em que perdeu sua visão e passou a estudar em um instituto para deficientes visuais, onde, com os amigos, encontrou um novo modo de ver o mundo, através do som.
O filme pode ser utilizado como meio pedagógico para instigar a curiosidade dos alunos sobre os sons que os cercão no dia a dia, ligando ao conceito de Paisagem Sonora, de R. Murray Schafer, professor canadense que pesquisou sobre os diferentes sons característicos de determinados ambientes do mundo, e pode ser lido em seu livro A Afinação do Mundo, que perpassa os sons do passado, analisa os sons do presente e imagina os sons futuros.

Como sugestão de atividade, após a exibição do filme e da explicação sobre Paisagem Sonora, levar os alunos a fecharem os olhos e escutarem os sons que, normalmente, não escutam, e que estão ao seu redor todos os dias. Ou ainda, incitar sua memória sonora para que descrevam sons que escutariam em outros ambientes, como em casa, na fazenda, no mercado, na igreja, lugares que eles frequentem no seu cotidiano.

O filme está disponível legendado no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=yvd9R30hNqk

Diretor: Cristiano Bortoni
Lançamento: 2006
Duração: 1h 36min
Classificação: Livre

Isabel Ramos - Acadêmica bolsista PIBId

7 comentários:

  1. Esse filme me faz questionar o quanto somos dependentes de apenas um sentido do nosso corpo "A Visão". Muito já foi falado sobre isso e talvez tenha uma razão biológica para que esse sentido seja dominante perante os outros. Mas ao sermos reféns da visão, não permitimos os nossos outros sentidos se aperfeiçoarem, pois não utilizamos a capacidade máxima da nossa audição.
    Através de dinâmicas e brincadeiras podemos fazer com que os alunos utilizem sua audição antes da visão. Na brincadeira do "Gato mia" onde uma pessoa é guiada pelo som para achar as outras que estão escondidas. Na brincadeira que Viola Spolin trás em seu livro do Osso do cachorro, onde um aluno é vendado e deve cuidar de seu osso, os outros alunos devem tentar toma-lo. E com um pouco de criatividade várias brincadeiras podem ser inventadas para fazer com que a audição venha antes da visão.

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  2. Juntamente com o outro filme já citado no blog o Som do Ruído, Vermelho como o Céu também enfatiza a ideia de explorar novas possibilidades. Alem das ideias já citadas, acho interessante instigar os alunos a levarem a exploração para casa. Como por exemplo propor um trabalho em que os alunos, durante uma semana, coletem sons cotidianos que normalmente passam desapercebidos e com a experiencia do ouvir ao longo desses sete dias utilizar todos os 5 sentidos para representar as sensações vividas na observação.
    Que gosto lembrou este som? Qual textura ele pode ter? Que imagem o som te sugere? O som te remete a um cheiro? É semelhante a outro som?
    Ao final do período de produção os alunos devem trazer suas obras para apresentá-las. A ideia é que eles alem de explorarem os 5 sentidos também deverão ampliar, pela criatividade, a apresentação do trabalho para compartilhar as sensações vividas com os colegas.

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  3. Esse é um filme muito bonito que nos faz refletir sobre a importância que depositamos em apenas um sentido, que é a visão. Muitas vezes, acabamos nos esquecendo do quão importante são também os outros sentidos. E essa é uma abordagem interessante de se trazer para sala de aula, de como fazer com que os alunos tomem consciência desses outros sentidos. Uma maneira interessante é realizar atividades com vendas, de forma que os alunos se descubram e vejam que os outros sentidos são muito importantes também para nossa percepção de mundo.

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  4. Além das atividades já citadas que se pode fazer com a inspiração do filme, é válido lembrar que ele é rico em conteúdo: ele trata do drama do renomado editor de som italiano Mirco Mencacci, a história de sua deficiência e de como descobriu seu talento para a edição de sons. Um fato curioso é que a maneira como ele editava suas histórias, captando os ruídos que desejava com um gravador à bobina elétrica em objetos e vozes e então recortando e colando as fitas na ordem que desejava, é a técnica que muitos editores de som e músicos renomados da música contemporânea utilizaram. Karlheinz Stockhousen produziu a maior parte de sua lendária obra “Licht” desta forma, assim como vários outros também fizeram proveito, como Arnold Schoenberg, o pai da música dodecafônica. Não só a técnica, mas a ideia de captar e dar o merecido valor aos “ruídos” é comum entre o filme e a música contemporânea, e o filme pode criar essa "ligação" à introdução do estudo deste tipo de música.

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  5. É como já foi falado, é importante levar o filme aos alunos, para que percebam o quanto somos dependentes da visão, e muitas vezes acabamos não dando tanta atenção aos outros sentidos. Acho que pode - se propor várias atividades para estimular a escuta. Já tive está experiência de escuta na faculdade, onde deviríamos escutar todos os sons que conseguíssemos por 24 hrs e anota - los, e no momento de compartilhar com os outros colegas o que cada um ouviu é uma experiência fantástica, pois são ouvidos os mais diferentes sons, e também aqueles que antes passavam despercebidos.
    Acho legal estimular essa escuta nos alunos mais cedo, queria ter tido essa experiência bem antes.

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  6. Esse filme nos leva a questionar até onde estimulamos nossos sentidos. Acho que o papel do professor é fazer o aluno perceber até onde seus sentidos podem ser utilizados, e fazê-lo entender, que por exemplo, ao estimular a percepção sonora deixa qualquer experiência, seja na arte ou em outra área, mais rica em detalhes.

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  7. Sabemos que uma pessoa que nasce com alguma necessidade especial acaba por desenvolver mais um sentido do que o outro, como por exemplo uma pessoa que nasce cega desenvolve a audição e visse-versa. Mas a situação muda quando a pessoa nasce "perfeita" e acaba sofrendo algum acidente como este do filme. Muitas pessoas se revoltam, desistem de viver, mas felizmente existem pessoas como Mirco Mencacci que nos faz refletir sobre ate onde podemos chegar. Como professora muitas vezes escuto "não consigo" "não sei fazer isto" e com certeza usarei este filme em minhas aulas, esta linda lição de vida que envolve a arte e a vontade de superar limites.

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