RE-ARRANJO E CULTURA
confluências de experiências.
O re-arranjo consiste em um processo criativo em que a
música escolhida atua como base de composição para integrar as quatro áreas da
Arte. O re-arranjo tem possiblidades infinitas de composição e pode ser
realizado com os mais diversos tipos de recursos sonoros, não exige material
próprio e amplia a experimentação de sons em diferentes objetos, uma vez que o
produto final depende dos recursos disponíveis no momento. Portanto conclui-se
que o re-arranjo é uma grande experiência de experiências, pelo conhecimento da
música escolhida e todas as possibilidades de ‘re-arranjar’ a mesma, seja com o
próprio corpo, com instrumentos, e também pela ampliação da cultura musical,
nesse caso, através de um método instigante, ou seja, da preferência particular
para o geral, pois a apreciação musical é particular e cultural, e observa-se
no produto final, uma confluência de culturas musicais.
A música enquanto fenômeno cultural, podemos
afirmar, segundo Luis Ricardo Silva Queiroz, que aborda questões como o papel da música com
cultura, e a sua importância para sistematização da educação musical
atualmente, o capítulo se baseia na exploração musical e suas possibilidades
performáticas, o universal e o particular, que levam uma reflexão sobre os
processos de ensino e aprendizagem em música, que levará à ações educativas que
mostrem a complexidade e a variedade do fenômeno musical. O
autor também enfatiza que toda atividade humana concebida socialmente torna-se
performática, no sentido que o homem atribui, a cada situação vivida por ele,
características e funções específicas, exigindo dos indivíduos comportamentos
adequados à ocasião, ao momento e ao lugar. Também nos diz que a performance
pode ser entendida como um modo de expressão e comunicação que faz de um evento
social um veículo carregado de sentidos e de estruturas determinantes de
situações diferenciadas das experiências e vivências cotidianas da sociedade. E
também finaliza afirmando que “assim deve ser a experiência musical numa
prática educativa, uma experiência que seja concebida como resultado da assimilação
de aspectos relacionados à vida do indivíduo e, consequentemente, à sua
cultura.”
Apontamentos retirados dos capítulos 2 (Luis Ricardo Silva Queiroz) e 5 (Maura Penna
Vanildo Mousinho Marinho) do livro:
Contexturas: o ensino das artes em diferentes espaços / Vanildo Mousinho Marinho e Luis Ricardo Silva Queiroz (Organizadores). - João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 2005. 181 p.
O livro é recheado de muitas reflexões e possibilidades do ensino de Arte, vale a pena conferir.
http://www.ccta.ufpb.br/pesquisarte/Masters/contexturas.pdf
Muito relevante o capitulo, bem como as reflexões e discussões que podem ser geradas a partir dele. Ache muito interessante ver o re-arranjo como uma "porta" para uma forma integral de se utilizar as linguagens artísticas, e assim, abrindo inúmeras possibilidades. Outro fato que destaco na utilização do re-arranjo é a ampliação da cultura musical, já que como o texto mostra, o resultado final é a mistura de culturas musicais (os gostos particulares formando um novo produto).
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